A cada ciclo menstrual, estimulado pela ação de diferentes hormônios, um folículo, que armazena o óvulo, rompe e o libera para fecundação. O óvulo é captado pelas tubas uterinas, onde o encontro com o espermatozoide pode acontecer, processo chamado de fecundação.
Diferentes condições, no entanto, podem causar alterações nesse processo, levando à distúrbios de ovulação, como a falha em liberar o óvulo, conhecida como anovulação ou ausência de ovulação.
Os problemas de ovulação são, inclusive, considerados a causa mais comum de infertilidade feminina, embora tenham tratamento na maioria dos casos.
Para saber mais sobre anovulação, continue a leitura do texto. Ele explica o funcionamento das fases do ciclo menstrual, destaca as condições que podem causar alterações no processo de ovulação e como a anovulação é tratada.
Os ciclos menstruais regulares geralmente têm a duração de 28 dias e são divididos em três fases, folicular, ovulatória e lútea. O funcionamento correto de cada uma delas é fundamental para que a gravidez ocorra:
Fase folicular: a fase folicular inicia no primeiro dia e dura até o 13º. Nela, como o nome indica, diversos folículos são recrutados, mas apenas um desenvolve, amadurece e rompe para posteriormente ovular. O crescimento dos folículos é estimulado pelo hormônio FSH (hormônio folículo-estimulante).
Os folículos recrutados são responsáveis pela secreção do estradiol, que age promovendo o espessamento do endométrio, camada que reveste o útero internamente: o endométrio nutre e abriga o embrião até que a placenta seja formada.
Fase ovulatória: é nessa fase que ocorre a ovulação. O hormônio luteinizante (LH) age estimulando o amadurecimento final e o rompimento do folículo para liberação do óvulo. A fase ovulatória começa no 14º dia e dura entre 24 a 36 horas, período em que o espermatozoide pode fecundar o óvulo.
Fase lútea: após a ovulação tem início a fase lútea, quando o folículo que abrigava o óvulo se transforma em corpo-lúteo, responsável pela secreção de progesterona, que age com o estradiol para assegurar o espessamento final do endométrio. Ela encerra o ciclo menstrual no 28º dia. Se a fecundação não ocorrer o endométrio descama iniciando um novo ciclo.
Diferentes condições podem causar alterações nesse processo levando à ausência de ovulação.
Anovulação é o termo utilizado para definir a ausência de ovulação e geralmente é um problema causado por irregularidades menstruais, caracterizadas por ciclos mais longos do que o normal, com maior ou menor quantidade de fluxo ou inexistência de fluxo (amenorreia).
As irregularidades menstruais, por outro lado, são provocadas por alterações hormonais, motivadas por diferentes condições, a mais comum é a síndrome dos ovários policísticos (SOP).
No entanto, podem resultar ainda de distúrbios na hipófise, responsável pela secreção das gonadotrofinas FSH e LH, ou da tireoide – os hormônios tireoidianos também agem estimulando o desenvolvimento e amadurecimento dos folículos –, pelo aumento do hormônio prolactina (hiperprolactinemia) e por condições como a falência ovariana prematura (FOP), quando ocorre a falência dos ovários antes dos 40 anos, provocando a menopausa precoce.
Mulheres com SOP, por outro lado, da mesma forma que apresentam ciclos anovulatórios, podem ter uma ovulação intermitente, ou seja, ocorre em alguns ciclos e em outros não. O problema é chamado oligovulação.
Alguns fatores também representam risco. Por exemplo, o baixo índice de massa corporal e o excesso de exercícios físicos podem levar a ausência de menstruação (amenorreia) e, consequentemente, à anovulação.
O estresse e transtornos emocionais como a ansiedade, por outro lado, tendem a interferir na regularidade dos ciclos menstruais, assim como a obesidade é um dos principais fatores de risco para a SOP. Mudanças no estilo de vida, portanto, podem contribuir para evitar a anovulação.
O principal tratamento para anovulação é a estimulação ovariana. O procedimento é uma das etapas das técnicas de reprodução assistida. Para mulheres com distúrbios de ovulação geralmente são indicadas a relação sexual programada (RSP), conhecida ainda como coito programado e a fertilização in vitro (FIV).
Entenda como a estimulação ovariana funciona e a indicação de cada técnica:
Estimulação ovariana: a estimulação ovariana é um procedimento que utiliza medicamentos hormonais semelhantes aos naturais para estimular o desenvolvimento de mais folículos.
Os medicamentos são administrados no início do ciclo menstrual e o desenvolvimento é acompanhado por exames de ultrassonografia, que indicam o momento ideal para que os folículos sejam induzidos ao amadurecimento final e ovulação.
Relação sexual programada (RSP): na relação sexual programada a fecundação ocorre naturalmente. O objetivo do procedimento é programar o momento mais adequado para intensificar a relação sexual a partir da estimulação ovariana, aumentando, assim, as chances de gravidez. Por isso, é uma técnica mais adequada para mulheres com até 35 anos, que possuam uma boa reserva ovariana e as tubas uterinas saudáveis. É, inclusive, a primeira opção de tratamento para mulheres portadoras da Síndrome dos ovários policísticos (SOP).
Fertilização in vitro (FIV): na FIV, a fecundação ocorre em laboratório. O tratamento pela técnica é particularmente indicado para mulheres acima de 36 anos, quando já há diminuição da reserva ovariana, para mulheres obesas que sofrem com SOP ou se não houver sucesso na gravidez com a utilização da relação sexual programada.
Em ambas as técnicas é possível obter a gravidez. Na RSP, como a fecundação ocorre naturalmente, os percentuais de sucesso são semelhantes aos da gestação natural: mais ou menos 20% por ciclo de realização do tratamento.
Já a FIV, por outro lado, é a técnica de reprodução assistida que apresenta os percentuais mais altos: cerca de 45% por cada ciclo de tratamento por FIV clássica e de 60% quando é realizado por FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
Para saber mais sobre outros problemas que podem alterar a fertilidade feminina clique aqui e leia o texto que aborda a respeito da infertilidade feminina.
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