A FIV (fertilização in vitro) é, atualmente, a técnica de reprodução assistida mais avançada e complexa da medicina reprodutiva, principalmente por permitir procedimentos mais controlados, reproduzidos majoritariamente em laboratório.
A principal diferença da FIV para as técnicas de baixa complexidade – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) – é o local em que espera-se que a fecundação aconteça.
Na FIV a fecundação é induzida, em laboratório, pelo contato entre o óvulo e os espermatozoides coletados previamente ou por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide), enquanto nas técnicas de baixa complexidade a fecundação precisa acontecer necessariamente nas tubas uterinas.
Na IA, os espermatozoides também são coletados previamente (como na FIV), mas as amostras são apenas depositadas no útero durante o período fértil; na RSP, somente há a potencialização do período fértil, com a estimulação ovariana, e o casal é aconselhado a manter relações sexuais programadas.
Após a fecundação em laboratório, os embriões obtidos nos tratamentos com a FIV passam por um período de cultivo, em que são observados e selecionados para a transferência embrionária.
Com a colocação dos embriões no útero feminino, devidamente preparado e receptivo para isso, espera-se que a nidação aconteça naturalmente, dando início à gestação.
Essa metodologia reprodutiva pode ser feita com casais que buscam engravidar, inclusive casais homoafetivos femininos – que neste caso podem optar por viver a maternidade pelo método ROPA – assunto central deste texto.
Continue conosco na leitura e saiba se você pode escolher essa forma de reprodução assistida!
A reprodução laboratorial de boa parte dos procedimentos iniciais da reprodução humana, que é peça central da metodologia da FIV, permite que processos como a fecundação, o desenvolvimento embrionário inicial e a preparação do útero em que a gestação irá acontecer, possam acontecer também de formas mais variadas do que naturalmente e nas demais técnicas.
A fecundação, por exemplo, pode ser feita com os gametas dos pais, quanto trata-se de casais heteroafetivos, mas também com gametas conseguidos por doação. A transferência dos embriões é outro exemplo, já que na FIV pode ser feita para o útero da mesma mulher que forneceu os óvulos, mas também para o útero de outra mulher, desde que devidamente preparado e receptivo.
Essas possibilidades permitem ampliar o atendimento das demandas reprodutivas, que podem atender tanto aos casais heteroafetivos com infertilidade severa, como também pessoas solteiras que desejam ter filhos e casais homoafetivos masculinos e femininos.
A sigla em método ROPA significa “recepção de oócito da parceira” e define com alguma precisão a que se propõe essa tecnologia complementar à FIV, indicada exclusivamente aos casais homoafetivos femininos: que ambas as mulheres do casal possam viver a maternidade fisicamente em algum nível.
Também chamada de gestação compartilhada, no método ROPA a fecundação é realizada com o óvulo de uma das mulheres do casal e espermatozoides obtidos por doação, tecnicamente de forma semelhante aos tratamentos tradicionais com a FIV – porém, após o cultivo embrionário, os embriões selecionados são transferidos para o útero da outra mulher do casal.
O método ROPA tem como objetivo aumentar a participação das mulheres em relações homoafetivas que buscam ter filhos, permitindo que uma das mulheres forneça os óvulos para a fecundação, enquanto a gestação é conduzida por sua parceira.
Como comentamos, o método ROPA é uma possibilidade exclusiva dos casais homoafetivos femininos e pode ser recomendada para praticamente todas as mulheres que buscam ter filhos juntas.
Os pré-requisitos para engravidar pelo método ROPA são semelhantes às premissas para mulheres heteroafetivas que queiram engravidar: a mulher que vai fornecer os óvulos deve estar em idade reprodutiva e a mulher que vai passar pela gestação pode ter até 50 anos.
A presença de fatores de infertilidade feminina deve ser avaliada e considerada no momento da escolha sobre quem fornece os óvulos e quem passa pela gestação, no método ROPA, influenciando também as indicações da técnica.
No método ROPA as etapas de estimulação ovariana e indução da ovulação em uma das mulheres do casal são realizadas simultaneamente ao preparo endometrial de sua parceira.
A estimulação ovariana é um tratamento hormonal diário em que os processos da ovulação são potencializados para melhorar as possibilidades de fecundação, após a coleta de óvulos. O tratamento é monitorado por ultrassonografia transvaginal, que indica o momento ideal para a aspiração folicular (que coleta os óvulos).
A coleta de óvulos também indica o momento de descongelar a amostra de sêmen obtida por doação e realizar a fecundação.
Nesse mesmo tempo, a mulher que recebe o embrião passa pelo preparo endometrial, que pode ser potencializado também por medicação hormonal, para que o endométrio esteja receptivo ao embrião, após o cultivo embrionário.
Assim como nos tratamentos tradicionais com a FIV, após a transferência embrionária espera-se que a nidação de ao menos um embrião aconteça e a gestação compartilhada pelo método ROPA tenha início.
A FIV é uma complexa técnica de reprodução assistida que pode ser indicada para muitas demandas reprodutivas. Leia mais sobre a FIV tocando neste link.
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