A menstruação é uma das manifestações mais visíveis do ciclo reprodutivo, marcando o fim de um ciclo e o início do outro. O acompanhamento do ciclo menstrual é comum entre as mulheres que estão tentando engravidar, que utilizam a menstruação para estimar o período fértil e aumentar as chances de que a gestação aconteça.
Isso porque a fertilidade das mulheres é cíclica e, como cada ciclo é composto por fases específicas e que principalmente nas mulheres com nos ciclos reprodutivos regulares acontecem sempre da mesma forma, é possível prever o início de cada fase considerando principalmente a chegada da menstruação.
Durante o ciclo menstrual os principais eventos que possibilitam a fertilidade das mulheres incluem o amadurecimento das células reprodutivas para a fecundação, antes da ovulação, mas também a preparação do útero para receber uma possível gravidez.
Neste texto vamos falar sobre a relação entre a menstruação e a fertilidade, abordando também como as alterações nesta etapa do ciclo podem prejudicar a capacidade reprodutiva das mulheres.
Boa leitura!
Além de marcar o início de cada ciclo reprodutivo, a chegada da primeira menstruação (menarca) também marca o começo da vida reprodutiva da mulher, que chega ao fim naturalmente com a menopausa.
Antes da menarca, a reserva ovariana – produzida em sua totalidade antes mesmo do nascimento da mulher – é utilizada de forma mais sutil, somente para a manutenção dos níveis basais dos hormônios sexuais, que nesta etapa ainda não desempenham papéis sobre a função reprodutiva.
A reserva ovariana é, portanto, o conjunto total de células reprodutivas (óvulos envoltos individualmente pelos folículos ovarianos) com as quais a mulher pode contar para se reproduzir ao longo de sua vida fértil. A cada ciclo, um conjunto de folículos ovarianos é recrutado para a ovulação, que disponibiliza apenas um óvulo maduro para a fecundação, a cada ciclo – e assim a reserva ovariana é consumida até a menopausa.
Os ciclos reprodutivos são divididos em três fases principais: fase folicular, ovulação e fase lútea.
Com a chegada da menstruação marca-se o início da primeira fase de um novo ciclo reprodutivo. Como um dos principais eventos desta etapa é o recrutamento dos folículos para a ovulação, chamamos o período entre a chegada da menstruação e a ovulação de fase folicular.
Neste período, observamos um aumento gradual na produção hipotalâmica de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas), estimulando também gradualmente a atividade da hipófise para a produção das gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante).
As gonadotrofinas são liberadas na corrente sanguínea e interagem com os folículos ovarianos promovendo seu recrutamento e produzindo principalmente estrogênios.
O aumento na concentração dos estrogênios atua sobre o crescimento do folículo dominante – que participa efetivamente da ovulação – e induz o espessamento do endométrio, iniciando o preparo uterino para uma possível gravidez.
Quando os estrogênios e as gonadotrofinas atingem suas concentrações máximas, o que acontece por volta do 14º dia após a chegada da menstruação, o folículo dominante se rompe e libera o óvulo contido em seu interior em direção às tubas uterinas, onde pode ser fecundado.
O óvulo permanece nas tubas uterinas por aproximadamente 36h e, se a fecundação não acontece, a célula é reabsorvida pelas próprias tubas uterinas após esse período.
As células do folículo dominante permanecem aderidas ao ovário após a ovulação. Sob estímulo do LH, essas células se transformam e formam o corpo lúteo, passando a produzir progesterona. Este é o principal evento do período pós ovulatório e por isso chamamos esta etapa de fase lútea.
A fase lútea é essencial para a fertilidade das mulheres já que a progesterona finaliza o preparo uterino tornando o endométrio receptivo a um possível embrião, caso a fecundação aconteça.
Se a fecundação não acontece, após a reabsorção do óvulo nas tubas o corpo lúteo regride e a produção de progesterona diminui gradualmente, assim como a concentração de estrogênios.
No momento em que as taxas desses hormônios atingem seus patamares mínimos o endométrio descama e é expelido como menstruação, iniciando um novo ciclo reprodutivo.
Como a menstruação é o evento mais visível do ciclo reprodutivo, algumas doenças que prejudicam fases distintas do ciclo podem provocar alterações perceptíveis, associadas principalmente a problemas na fertilidade das mulheres.
Nestes casos, a mulher pode apresentar as seguintes mudanças na menstruação:
Doenças como miomas uterinos, pólipos endometriais, adenomiose, endometriose ovariana e a SOP (síndrome dos ovários policísticos) estão entre as principais causas de alterações na menstruação que podem significar infertilidade feminina.
A reprodução assistida é uma das possibilidades de tratamento para a infertilidade causada pelas doenças que alteram a rotina da menstruação.
A escolha da técnica mais adequada para cada caso depende do diagnóstico que antecede a indicação da reprodução assistida.
De forma geral, podemos dizer que os distúrbios ovulatórios, como na SOP e nos casos de endometriose ovariana, podem ser abordados por todas as técnicas: os casos mais leves recebem indicação para RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial), enquanto os quadros mais severos, em que se observa amenorreia e anovulação, normalmente recebem indicação para FIV (fertilização in vitro).
A infertilidade feminina provocada por doenças uterinas normalmente é abordada pela FIV, única técnica que permite alguma intervenção no preparo do endométrio e na implantação embrionária.
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