A reprodução assistida é uma alternativa para casais que possuem dificuldades em ter filhos naturalmente. As diferentes técnicas de reprodução assistida permitem formas diversas de controle sobre a produção e seleção dos gametas – óvulos e espermatozoides –, inclusive em laboratório, potencializando os eventos do processo reprodutivo.
A FIV (fertilização in vitro) é uma das técnicas de reprodução assistida mais utilizadas, indicada para as mais diversas demandas reprodutivas, como baixa contagem de espermatozoides, endometriose, falência ovariana precoce, entre outras.
Alguns medicamentos – como o letrozol – são utilizados para potencializar as etapas do tratamento de reprodução assistida, como a FIV, contribuindo para estimular a produção de óvulos, regular o ciclo menstrual, preparar o endométrio para a implantação embrionária e prevenir a rejeição do embrião pelo organismo da mulher.
Quer saber qual o papel do letrozol na reprodução assistida, ajudando cada vez mais casais a realizar o sonho de ter filhos? Então continue a leitura e saiba tudo sobre esse medicamento.
O letrozol é um fármaco da classe dos inibidores de aromatase, ou seja, que bloqueia a ação dessa enzima – essencial para a síntese de estrogênio. Em linhas gerais, podemos dizer que o letrozol inibe especificamente o último passo da via biossintética do estrogênio.
No ciclo menstrual, o estrogênio é produzido pelas células da granulosa – um dos tipos celulares que compõem o folículo ovariano, como as células da teca – em resposta às atividades combinadas do FSH (hormônio folículo-estimulante) e LH (hormônio luteinizante), principalmente na fase folicular do ciclo – entre a menstruação e a ovulação.
Após a menstruação, a baixa concentração de estrogênios funciona como sinalizador para a retomada na produção de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) no hipotálamo – que por sua vez induz a hipófise a liberar as gonadotrofinas FSH e LH na corrente sanguínea.
Quando alcançam os ovários, as gonadotrofinas desempenham alguns papéis específicos:
Logo após a ovulação, o acúmulo de estrogênios também funciona como sinalizador para o hipotálamo, mas por feedback negativo, inibindo a produção de GnRH e consequentemente diminuindo a liberação das gonadotrofinas FSH e LH, gradualmente.
Por ser um fármaco inibidor da ação da aromatase, os principais efeitos do letrozol no corpo feminino são decorrentes da diminuição da produção de estrogênio e um acúmulo temporário de androgênios nos ovários.
O aumento desses androgênios funciona como feedback positivo para a liberação de FSH, que aumenta sua concentração nos ovários e com isso consegue recrutar uma quantidade maior de folículos para os processos pré-ovulatórios.
Com o aumento do aporte de FSH e a interrupção do tratamento com letrozol (que dura por volta de 5 dias, na reprodução assistida), os androgênios acumulados temporariamente são também convertidos em estrogênios, regulando a concentração deste hormônio.
O letrozol é frequentemente utilizado na etapa de estimulação ovariana – presente em todos os tratamentos com reprodução assistida: FIV, IA (inseminação artificial) e RSP (relação sexual programada). O medicamento é administrado por via oral, geralmente na dose inicial de 2,5mg por dia, durante um período de cinco dias, iniciando-se com a menstruação.
Como o objetivo do letrozol é estimular o crescimento e a maturação dos folículos ovarianos, que contêm os óvulos, realiza-se também o monitoramento ultrassonográfico desse processo, para avaliar o crescimento dos folículos e determinar o momento ideal para induzir a ovulação.
O monitoramento ultrassonográfico da ovulação é fundamental para garantir a eficácia do tratamento e minimizar os riscos de efeitos colaterais.
Durante o tratamento com letrozol, é comum que o monitoramento ultrassonográfico mostre também um aumento na espessura do endométrio, além do crescimento dos folículos ovarianos.
Em geral, os folículos começam a crescer alguns dias após o início do tratamento com letrozol e podem ser acompanhados por meio de ultrassonografia a cada dois ou três dias. Quando os folículos atingem o tamanho adequado, geralmente entre 18 e 20 mm, é administrado um medicamento para desencadear a ovulação.
Após a ovulação, as etapas seguintes são diferentes em cada técnica de reprodução assistida:
Embora este seja o protocolo geral, é importante lembrar que o uso de letrozol na estimulação ovariana deve ser sempre prescrito por um médico especialista em reprodução assistida, que irá avaliar a melhor dose e o momento adequado para a administração do medicamento.
O citrato de clomifeno é outro medicamento utilizado na estimulação da ovulação em tratamentos de reprodução assistida.
A principal diferença entre os mecanismos de ação do letrozol e do citrato de clomifeno é a forma como eles inibem a ação do estrogênio como feedback negativo sobre a produção de GnRH do hipotálamo.
Enquanto o letrozol inibe a enzima aromatase responsável pela síntese de estrogênio, o citrato de clomifeno bloqueia os receptores de estrogênio no hipotálamo, o que leva ao aumento da secreção de GnRH – também resultando em maior produção de hormônios gonadotróficos, que estimulam a ovulação.
Neste link você encontra informações mais completas sobre a FIV. Aproveite!
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