A dificuldade para engravidar a parceira é o primeiro sinal que indica a infertilidade masculina. Diferentes fatores podem provocar alterações no funcionamento do sistema reprodutor masculino e causar problemas de fertilidade.
Em um processo normal, os espermatozoides são produzidos nos túbulos seminíferos, localizados nos testículos, glândulas sexuais masculinas armazenadas na bolsa testicular (escroto). Chama-se espermatogênese a divisão e diferenciação celular que dá origem aos gametas masculinos. Cada espermatozoide é formado por cabeça, colo e cauda com flagelo.
Os testículos também são responsáveis pela produção de testosterona. Ou seja, a função testicular envolve tanto a produção do hormônio, quanto a espermatogênese e é regulada pelo eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal. A espermatogênese é, portanto, dependente de altos níveis de testosterona e estimulação do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio luteinizante (LH), as gonadotrofinas.
Após serem formados, os espermatozoides são armazenados no epidídimo (há um epidídimo para cada testículo, assim como ocorre com outras estruturas porque há dois testículos), ducto localizado sobre cada testículo, até que a maturação seja completa, o que aumenta a motilidade dos gametas. Posteriormente são transportados para o canal deferente, que se une ao canal da glândula seminal e forma um tubo único, conhecido como duto ejaculatório.
Os ductos ejaculatórios lançam os espermatozoides na uretra. Durante o trajeto, os gametas recebem líquidos produzidos pelas glândulas seminais (vesículas seminais), pela próstata e pelas glândulas bulbouretrais, formando o sêmen.
Este artigo aborda as causas que provocam alterações nesse processo e causam infertilidade masculina, sintomas que podem indicar o problema, diagnóstico e tratamento.
Algumas características definem a infertilidade masculina: ausência de espermatozoides no fluído seminal (azoospermia), baixa produção, alterações na composição, na função espermática (principalmente fragmentação do DNA espermático) ou obstruções que impeçam o transporte e ejaculação.
Desequilíbrios hormonais comprometem diretamente a produção dos gametas masculinos. As principais causas são problemas no eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal e doenças que afetam os testículos, como neoplasias, caxumba, diabetes, infecções no trato reprodutivo, entre elas epididimite (do epidídimo), orquite (dos testículos) e uretrite (da uretra), lesões e condições como varicocele, quando há dilatação das veias que sustentam os testículos.
Os testículos também podem se desenvolver anormalmente durante a puberdade, ao mesmo tempo que as infecções podem causar cicatrizes que bloqueiam o transporte do espermatozoide ou a saída deles, inclusive, nesse caso, as sexualmente transmissíveis (IST).
A infertilidade também pode ser causada por danos nos dutos devido a lesões cirúrgicas, traumas ou condições genéticas, como a fibrose cística. Infecções e danos nos testículos também comprometem a função espermática.
Outros problemas que interferem na fertilidade masculina incluem:
Embora a infertilidade masculina seja assintomática na maioria dos casos e descoberta apenas diante da tentativa malsucedida de engravidar a parceira, sintomas manifestados por algumas condições que provocam o problema indicam a necessidade de procurar um especialista.
Eles incluem assimetria dos testículos, presença de dor, inchaço ou nódulo na região, disfunção erétil, dificuldades de ejaculação ou pequenos volumes ejaculados, diminuição dos pelos corporais, crescimento anormal das mamas e infecções respiratórias recorrentes.
Antes de serem realizados os exames para confirmar a infertilidade e determinar a causa que provocou o problema, o paciente é submetido ao exame físico, que possibilita a identificação de alterações como assimetria testicular, presença de secreções ou a dilatação das veias, característica de varicocele.
Durante a consulta, o histórico clínico, familiar e sexual também é avaliado, com o propósito de identificar doenças como o diabetes, infecções sexualmente transmissíveis (IST) ou distúrbios hereditários, que podem comprometer a fertilidade.
Posteriormente são realizados diferentes testes laboratoriais e de imagem. O espermograma, conhecido ainda como análise seminal, avalia aspectos do sêmen como viscosidade, volume e pH, e características dos gametas presentes nele, como quantidade, morfologia e motilidade.
Para complementar e confirmar os resultados apontados pelo espermograma, podem ser realizados testes de função espermática, principalmente de fragmentação do DNA espermático, apontada como uma das principais causas de falhas na implantação do embrião e abortos recorrentes.
Eles possibilitam a identificação de causas que provocam danos aos gametas masculinos e dificultam a fecundação e/ou a implantação do embrião no endométrio.
Testes hormonais também verificam os níveis dos hormônios envolvidos no processo de fecundação, que impactam o processo de produção dos gametas masculinos, e a ultrassonografia de bolsa testicular (escroto) avalia estruturas como os ductos (epidídimo, deferente e ejaculatório), para identificar bloqueios, além da presença de tumores.
O tratamento mais adequado para cada caso é definido a partir dos resultados diagnósticos.
Nos casos menos graves, a fertilidade pode ser restaurada a partir da administração de medicamentos ou abordagens cirúrgicas. As alterações hormonais, por exemplo, são normalizadas com terapias de reposição, ao mesmo tempo que infecções podem ser tratadas por antibióticos e condições como disfunção erétil ou ejaculação precoce, melhoradas com a utilização de medicamentos específicos.
A cirurgia é indicada para correção de varicocele, assim como a reparação dos dutos obstruídos. Quando não há sucesso nesses procedimentos ou se o problema for causado por fatores mais graves, é indicado, então, o tratamento por FIV (fertilização in vitro) com injeção intracitoplasmática de espermatozoide (ICSI).
Considerada o principal tratamento para infertilidade masculina por fatores graves, a FIV com ICSI possibilita desde a recuperação de espermatozoides de locais como epidídimo ou testículos, quando eles não estão presentes no líquido seminal, à avaliação individual de cada gameta, antes do processo de fecundação.
Os espermatozoides são recuperados pela utilização de técnicas cirúrgicas, como PESA, MESA, TESE e Micro-TESE. Posteriormente, são individualmente avaliados com a utilização de um microscópio de alta potência e injetados diretamente no óvulo com a utilização de um micromanipulador de gametas.
Os embriões formados são transferidos ao útero para que a gestação possa ocorrer. As taxas de sucesso da FIV ficam em torno de 40%.
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