Uma técnica ginecológica que possibilita melhor visualização e exploração da cavidade uterina e vagina, a histeroscopia é realizada com a utilização de histeroscópio, um tipo de endoscópio ótico com sistema de iluminação e câmera acoplada, que proporciona a transmissão do procedimento em tempo real.
Pode ser ambulatorial ou cirúrgica. Ou seja, a técnica permite o diagnóstico de diferentes patologias femininas, assim como o tratamento delas, prática conhecida pela medicina moderna como ‘see and treat’ (ver e tratar).
Este texto explica o funcionamento da histeroscopia ambulatorial. Destaca os casos em que é indicada e os riscos que podem ser provocados pelo procedimento.
A histeroscopia ambulatorial é um procedimento minimamente invasivo e de curta duração: entre 5 minutos e meia hora, conforme a causa investigada.
Por possibilitar melhor visualização da cavidade uterina na primeira semana após a menstruação, a histeroscopia ambulatorial geralmente é realizada nesse período.
Além disso, a paciente não pode ter nenhum tipo de sangramento para não atrapalhar a visibilidade, estar grávida ou com infecções genitais. O procedimento acontece em ambiente laboratorial sob sedação ou com o uso de anestesia local, de acordo com cada caso.
Com a paciente em posição ginecológica, o histeroscópio é introduzido pela vagina até a cavidade uterina, iluminando-a. Os filamentos de fibra ótica são ainda utilizados para a condução de substâncias que proporcionam a distensão uterina, incluindo o soro fisiológico. A microcâmera acoplada ao microscópio transmite as imagens para um monitor, permitindo o acompanhamento pelo especialista em tempo real.
Ainda que não provoque dor na maioria das mulheres, algumas tendem a sentir um leve desconforto e, outras, cólicas mais intensas. Por isso, para evitar a dor, um medicamento anestésico normalmente é prescrito.
Uma das indicações mais comuns da histeroscopia ambulatorial é o diagnóstico de problemas relacionados a irregularidades menstruais, caracterizadas por ciclos mais longos do que o normal, com períodos menstruais de maior ou menor quantidade de fluxo, ou de sangramento entre períodos.
Irregularidades menstruais tendem a resultar em disfunção da ovulação, considerada a causa mais comum de infertilidade feminina.
A histeroscopia ambulatorial possibilita ainda diagnosticar com bastante precisão outras condições ginecológicas, que da mesma forma podem alterar a fertilidade.
Entre elas estão obstruções nas tubas uterinas, também uma causa comum de infertilidade feminina e alterações uterinas, que podem ser congênitas ou causadas por miomas, pólipos endometriais, aderência ou pelo tecido ectópico característico de endometriose.
Além disso, é o exame indicado para diagnosticar a causa de abortos de repetição (caracterizado por duas ou mais perdas consecutivas de gravidez), para investigação de sangramento pós-parto e depois da menopausa, parto prematuro, localizar um dispositivo intrauterino (DIU) e biópsia do endométrio.
Ao investigar problemas relacionados à fertilidade ou perdas recorrentes de gravidez, contribui, ao mesmo tempo, para aumentar as chances de gravidez nos tratamentos de reprodução assistida.
No entanto, apesar de todas as vantagens, alguns problemas podem impedir a realização do procedimento, entre eles a dor severa em investigações vaginais anteriores. Por isso, a indicação do exame mais adequado deve ser sempre feita por um especialista.
Embora seja considerada uma técnica segura e com riscos raros de complicações, alguns danos podem ser provocados acidentalmente ao útero ou colo uterino.
A manifestação de cólicas semelhantes às menstruais, sangramento leve ou manchas avermelhadas, por outro lado, são comuns. Para evitar infecção, a abstenção sexual geralmente é recomendada quando esses eventos ocorrem, por uma semana ou até que o sangramento cesse.
Se ocorrer infecção, há a manifestação de sintomas como corrimento vaginal abundante e com odor forte, sangramento intenso ou febre, que indicam a necessidade de procurar auxílio médico.
Agradecemos a sua leitura, aproveite e compartilhe© 2024 ART MEDICINA S.A CNPJ: 17.109.145/0001-28. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela equipe da Clínica Art Medicina e as informações aqui contidas tem caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. Todas imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor Técnico: Marcelo Giacobbe - CRM 62588