A obstrução das tubas uterinas em decorrência da formação da hidrossalpinge pode ser precedida por sintomas mais perceptíveis, mas mesmo nos casos assintomáticos, a infertilidade feminina costuma ser uma consequência muito comum.
A hidrossalpinge compromete alguns dos processos mais importantes da reprodução humana, como a fecundação e a condução do embrião até o útero, onde a gestação normalmente deve acontecer.
Entender as consequências da obstrução das tubas uterinas nos casos de hidrossalpinge pode ser importante para evitar as consequências mais graves da doença – o que é determinante para as mulheres que estão tentando engravidar.
Neste texto falaremos mais sobre isso, continue conosco e boa leitura!
A hidrossalpinge normalmente se desenvolve num contexto inflamatório, associada à endometriose, infecções e danos mecânicos, como cirurgias.
Assim como se observa na maior parte dos processos inflamatórios, na hidrossalpinge a região das tubas uterinas passa por algumas modificações celulares e vasculares, como aumento do aporte sanguíneo e da permeabilidade dos vasos, que gera um acúmulo de líquido.
Na hidrossalpinge, esse acúmulo de líquido provoca a dilatação das tubas uterinas e a diminuição do diâmetro interno dessas estruturas, causando um quadro de obstrução tubária.
Alguns casos de hidrossalpinge podem ser assintomáticos, mas especialmente quando associados a ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), a mulher possa manifestar sintomas específicos, como produção anormal de secreções vaginais, corrimento de odor desagradável, dor pélvica e alterações menstruais.
As tubas uterinas são estruturas semelhantes a ductos, conectadas bilateralmente ao fundo do útero, em uma de suas extremidades, e bem próximas aos ovários, na outra extremidade.
Como canais, as tubas uterinas são ocas e sua principal função é ser um local de trânsito, por onde passam o óvulo, vindo da ovulação, os espermatozoides, após a relação sexual, e o embrião, quando a fecundação acontece justamente no interior dessas estruturas.
Além de ser um canal de trânsito, as tubas uterinas também são dotadas de peristaltismo, que é a capacidade de produzir um movimento que permite a essas estruturas auxiliar o embrião em sua chegada ao útero.
Quando a hidrossalpinge se forma, essa dilatação da parede tubária pelo acúmulo de líquido provoca o inchaço da tuba uterina e, consequentemente, a obstrução da passagem em seu interior.
Além da hidrossalpinge, as tubas uterinas também podem ser bloqueadas cirurgicamente, como acontece na laqueadura tubária, e pelo aparecimento de tecido cicatricial, que normalmente formam aderências e podem ser decorrentes de processos cirúrgicos nas tubas.
Na laqueadura, as tubas uterinas são interrompidas propositalmente, pela colocação cirúrgica de clips e grampos especiais, que bloqueiam a passagem no interior dessas estruturas e impedem definitivamente a fecundação.
Algumas cirurgias, como a retirada de focos endometrióticos que se instalam ao redor das tubas, e eventos prévios, como a própria formação da hidrossalpinge, podem deixar cicatrizes que se desenvolvem em aderências. Dependendo do tamanho e da extensão dessas aderências, a passagem no interior das tubas pode ficar igualmente comprometida.
Como as tubas uterinas são essencialmente um local de passagem, a obstrução dessas estruturas pela hidrossalpinge interrompe totalmente as funções tubárias – que são essenciais para a fertilidade da mulher.
Além de impedir a fecundação, a hidrossalpinge também favorece a ocorrência de gestação ectópica – quando a fecundação acontece, mas a obstrução das tubas uterinas impede a saída do embrião, que acaba realizando fixando-se na parede tubária.
A gestação ectópica é uma situação de alto risco, em que obrigatoriamente acontece a perda do embrião e, se o atendimento médico não for rápido, a mulher pode perder a tuba em que a gestação ectópica se instalou.
O tratamento mais adequado para cada caso de hidrossalpinge depende das causas da inflamação tubária. Os casos infecciosos normalmente são abordados por antibióticos e antivirais, específicos para o agente causador da infecção, e alguns sintomas podem ser controlados por anti-inflamatórios.
Muitas vezes, no entanto, quando a hidrossalpinge se agrava, pode ser necessário retirar a tuba afetada cirurgicamente. O procedimento é realizado mais frequentemente por videolaparoscopia, uma metodologia menos invasiva e que oferece um pós-operatório mais tranquilo.
A principal consequência da hidrossalpinge é a possibilidade de infertilidade.
Na fase ativa da doença, o próprio processo inflamatório bloqueia as tubas, impedindo a fecundação. Ao mesmo tempo, o tratamento cirúrgico para hidrossalpinge consiste na retirada da tuba afetada, diminuindo o potencial de fertilidade da mulher, que se torna permanentemente infértil caso seja necessário retirar as duas tubas.
Nestes casos, é comum que o casal receba indicação para reprodução assistida, mais especificamente para FIV (fertilização in vitro), única técnica em que é possível dispensar o papel das tubas nos processos reprodutivos.
Na FIV, a mulher passa por um tratamento hormonal que induz uma ovulação múltipla, para que os óvulos sejam coletados e preparados para a fecundação, que é feita em laboratório, com sêmen também coletado previamente.
Após a fecundação, os embriões passam pelo cultivo embrionário, quando são avaliados para a seleção que antecede sua transferência para o útero.
A fecundação em laboratório faz da FIV a técnica de reprodução assistida mais avançada, atualmente. Toque neste link e encontre mais informações sobre a FIV.
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