A gravidez ectópica é um evento gestacional grave, que sempre leva à perda gestacional e pode trazer consequências severas para a fertilidade das mulheres.
Algumas doenças e alterações podem favorecer a ocorrência de gravidez ectópica e a identificação prévia dessas condições pode ser a única forma de evitar que a gestação se desenvolva fora do útero.
Quer entender melhor o que é a gravidez ectópica e como ela pode prejudicar a capacidade reprodutiva das mulheres?
Então continue conosco e aproveite a leitura do texto a seguir, que traz essas e outras informações sobre a gravidez ectópica.
Engravidar é um processo complexo, que depende de alguns fatores primordiais, como a adequada produção e amadurecimento das células reprodutivas masculinas (espermatozoides) e femininas (óvulos) e o livre fluxo das estruturas que permitem o encontro dessas células, para a fecundação.
Nos homens, os espermatozoides são produzidos nos testículos e são conduzidos através de uma sequência de ductos para compor o sêmen ou líquido ejaculado. Já no corpo da mulher, os óvulos são disponibilizados um a um, em cada ciclo menstrual, após uma série de eventos hormonais que culminam na ovulação.
Após a relação sexual e em algumas técnicas de reprodução assistida, a fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas, durante o período fértil da mulher. As primeiras etapas do desenvolvimento embrionário também ocorrem no interior das tubas, cujos movimentos peristálticos auxiliam a condução do embrião para o útero.
Ao chegar ao útero, o embrião (já em estágio de blastocisto), deve interagir com o endométrio para encontrar o melhor local para realizar a nidação – quando a zona pelúcida, remanescente do óvulo e que mantém as células do embrião unidas, se rompe e as células embrionárias se infiltram no endométrio, fixando o embrião ao útero.
Neste momento, o embrião passa a produzir hCG (gonadotrofina coriônica humana), que mantém o corpo lúteo ativo e os níveis de progesterona altos, o que é essencial para a manutenção da gravidez até a formação da placenta.
Em uma gravidez normal, todo o processo da gestação ocorre no interior do útero, que está preparado para aumentar de tamanho, acompanhando o crescimento do bebê, e auxiliar sua saída no momento do parto.
A gravidez ectópica inclui todas as gestações em que, ao invés de seguir normalmente para o útero, o embrião realiza a nidação fora deste órgão – mais frequentemente nas tubas uterinas.
Nestes casos, a fecundação ocorre normalmente, nas mesmas condições descritas para a gestação normal, mas a condução do embrião para o útero não acontece de forma adequada e a nidação acaba ocorrendo na própria tuba uterina que sediou a fecundação.
Diferente da estrutura do útero – formado por uma parede muscular (miométrio) e glandular (endométrio), com capacidade elástica, contrátil e que permite a interação com hormônios –, a tuba uterina é semelhante a um ducto estreito, cuja função é conectar os ovários ao útero.
Ou seja, as tubas uterinas não têm condições de acompanhar o crescimento do embrião e do feto, um papel exclusivo do útero.
A gravidez ectópica pode ser favorecida por qualquer alteração que diminua o diâmetro no interior das tubas uterinas – como infecções, hidrossalpinge e malformações anatômicas – ou por problemas no peristaltismo dessas estruturas.
A hidrossalpinge é resultado de processos inflamatórios, associados ou não a agentes microbianos, que formam um edema nas tubas, diminuindo e até mesmo impedindo a passagem no interior desses ductos.
As ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), como a clamídia, estão entre as principais causas de hidrossalpinge, especialmente nas infecções ativas, mas também podem afetar o funcionamento das tubas por outros motivos.
O processo infeccioso dessas ISTs pode atingir o interior das tubas e provocar o surgimento de lesões persistentes mesmo após os tratamentos e a erradicação dos agentes microbianos envolvidos na infecção. Essas lesões cicatriciais podem formar aderências que mantém os problemas de fluxo no interior das tubas.
Em outros casos, a gravidez ectópica pode ser favorecida por alterações anatômicas nas tubas, que também complicam a saída do embrião para o útero.
A gravidez ectópica é um evento grave, que sempre resulta na perda da gestação e pode provocar danos irreparáveis à tuba uterina em que a gestação ocorreu – além de oferecer riscos à vida da mulher, caso o atendimento não seja feito de forma imediata.
Quando o embrião realiza a nidação nas tubas, seu crescimento e desenvolvimento força gradualmente as paredes tubárias, levando ao rompimento da tuba.
O rompimento tubário é grave e pode provocar hemorragias e infecções generalizadas, demandando internação da mulher e a retirada cirúrgica da tuba uterina em que a gravidez ectópica ocorreu.
Caso o atendimento médico não seja imediato, a vida da mulher pode correr riscos.
A gravidez ectópica também acarreta normalmente uma redução no potencial de fertilidade da mulher, que passa a contar somente com uma das tubas uterinas para fecundações posteriores.
Além disso, principalmente quando o quadro está associado à ISTs, existe chance de que a outra tuba uterina também tenha sido afetada – o que configura um quadro de infertilidade feminina mais grave.
Mesmo com a desobstrução cirúrgica das tubas, que é uma possibilidade de tratamento, a fertilidade pode não ser completamente restabelecida e o casal pode receber indicação para reprodução assistida, mais especificamente para FIV (fertilização in vitro).
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