O processo de reprodução envolve diversas etapas até que se inicie a gravidez, sendo a produção dos gametas, a fecundação e a implantação embrionária algumas das principais.
No homem, os espermatozoides são produzidos pelos testículos, processo chamado espermatogênese. Após a produção, amadurecem nos epidídimos, quando estão prontos para fecundar o óvulo: carregam o material genético do pai.
Já na mulher, os folículos, bolsas que contém o óvulo imaturo, são formados ainda durante o desenvolvimento intrauterino, diminuem a cada ciclo menstrual e esgotam no período de menopausa.
A cada ciclo menstrual, embora diversos folículos cresçam, apenas um desenvolve e amadurece liberando o óvulo, processo chamado de ovulação, os outros são eliminados. Com o avanço da idade, portanto, a quantidade diminui, até que cesse por completo, assim com a qualidade dos óvulos.
Os gametas masculinos são liberados no corpo da mulher pelo sêmen ejaculado, líquido que facilita o transporte até as tubas uterinas onde eles encontram os óvulos para a fecundação. Após essa etapa, são formados os embriões , que devem implantar no endométrio , tecido de revestimento interno do útero para que a gestação tenha início.
Algumas condições podem interferir nesse processo e dificultar a gravidez, entre elas a endometrite, que pode afetar a implantação embrionária, causando a infertilidade feminina.
A seguir, saiba o que é a endometrite, conheça seus sintomas e veja como são feitos o diagnóstico e tratamento.
O útero, órgão responsável pelo desenvolvimento do feto e pelo parto, possui três camadas de revestimento, desde a mais externa para a mais interna: perimétrio, miométrio e endométrio.
É no endométrio que ocorre a fixação embrionária, para que o embrião se desenvolva até a formação da placenta. Durante o ciclo menstrual, o tecido é preparado para recebê-lo e tem a sua espessura aumentada pela ação de hormônios. O momento de maior receptividade endometrial é chamado de janela de implantação.
A endometrite é o processo inflamatório do endométrio e pode ser aguda ou crônica. A forma aguda acontece de maneira transitória, permanecendo por pouco tempo. É normalmente causada por infecções bacterianas decorrentes de resíduos placentários ou abortivos, além de ser uma das consequência da doença inflamatória pélvica (DIP).
A endometrite aguda, quando não tratada de maneira correta, pode se tornar persistente e crônica. Normalmente não apresenta sintomas, dificultando o diagnóstico em muitos casos. Essa forma é associada à infertilidade.
Outras inflamações que acometem os órgãos reprodutores femininos podem espalhar para o endométrio e causar a inflamação, incluindo a ooforite, dos ovários e salpingite das tubas uterinas, que também podem ser consequência da DIP, geralmente causada por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a clamídia e a gonorreia.
Quando se torna crônica, a endometrite pode provocar falhas de implantação, abortamentos recorrentes e complicações obstétricas e neonatais.
Casos mais graves da doença podem resultar na formação de abcessos na cavidade uterina ou pélvica e, de forma mais rara, em uma invasão bacteriana na corrente sanguínea.
A endometrite aguda acontece por um período menor, tem curta duração e pode apresentar sintomas como:
Ainda que a endometrite crônica não manifeste sintomas na maioria das vezes, pode apresentar discretos sinais, como:
Quando associada a outros sintomas, a infertilidade pode indicar a presença da inflamação do tecido endometrial. As falhas na implantação podem ocorrer tanto em gestações naturais quanto em tratamentos de reprodução assistida.
Além disso, mesmo que aconteça a implantação, a doença pode interferir no desenvolvimento normal da gestação.
O diagnóstico da endometrite pode ser feito com a associação de exames laboratoriais e de imagem. Para confirmar a inflamação, pode ser realizado um hemograma completo e a pesquisa de bactérias nas secreções vaginais, para identificar agentes causadores de ISTs.
Por meio de testes de urina é possível verificar se a patologia foi causada por infecções no trato urinário e identificar o tipo de bactéria causadora. A endometrite crônica é diagnosticada por biópsia endometrial.
Outros exames que permitem a avaliação do útero e outros órgãos do sistema reprodutor são a ultrassonografia transvaginal, vídeo-histeroscopia ambulatorial e a ressonância magnética.
São prescritos medicamentos antibióticos para combater as bactérias, sendo a sua dosagem e duração determinadas de acordo com a gravidade da situação. Quando provocadas por ISTs, é indicado que o parceiro sexual também seja tratado para evitar uma reinfecção.
Casos mais graves necessitam de uma intervenção cirúrgica para a retirada dos abcessos, aderências ou resíduos placentários, normalmente resultante de abortos. Na maior das vezes, a fertilidade da mulher é restaurada após o tratamento.
Quando a infertilidade permanece é possível optar pela reprodução assistida, utilizando técnicas muito eficientes para alcançar a gravidez. O método mais indicado nessa situação é a fertilização in vitro (FIV), que realiza a maioria dos procedimentos em laboratório, com um maior controle sobre eles, aumentando as chances de gravidez
A FIV é realizada em algumas etapas: estimulação ovariana, punção folicular e preparo seminal para a coleta dos gametas, fecundação, cultivo dos embriões e transferência embrionária.
Se você se interessou pelo assunto, leia mais sobre endometrite e conheça as principais causas da doença.
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