Os endometriomas são um tipo de endometriose, que também é conhecida como endometriose ovariana. São cistos formados pelo tecido endometrial que atinge os ovários e começa a se desenvolver a partir do estímulo hormonal que acontece a cada ciclo menstrual.
Eles podem prejudicar a função dos ovários e, entre outros problemas, causar a infertilidade feminina. Por isso, é fundamental que a conduta para o tratamento dos endometriomas seja feita com muito cuidado.
Os cistos precisam ser muito bem avaliados e a paciente deve ser orientada quanto aos riscos e às possibilidades de preservar sua fertilidade. Além disso, procedimentos que oferecem maior risco devem ser evitados quando possível.
Saiba mais sobre a relação dos endometriomas com a infertilidade e as possibilidades de tratamento da doença:
Para entender a relação entre os endometriomas e a infertilidade, é necessário relembrar qual é a função dos ovários e o que é reserva ovariana. Os ovários são órgãos do sistema reprodutor feminino, responsáveis por armazenar os folículos ovarianos e por produzir os hormônios que atuam na preparação do organismo para uma possível gestação, em processos como o preparo endometrial e a ovulação.
Problemas relacionados aos ovários, como os endometriomas, podem causar distúrbios hormonais e ovulatórios. Quando não há a ovulação ou os hormônios estão alterados, a fecundação se torna impossibilitada, ou, quando acontece, o corpo não tem condições adequadas para o desenvolvimento da gestação.
A reserva ovariana é o estoque de óvulos que a mulher possui. Todas já nascem com uma quantidade total de folículos ovarianos, e a cada ciclo menstrual uma parte deles é estimulada e, apesar de em condições normais um único óvulo ser liberado na ovulação, todos os folículos que foram estimulados são perdidos.
Assim, ao longo do tempo a reserva ovariana diminui até o momento em que ela se esgota e a mulher se torna infértil. O esgotamento da reserva ovariana é um processo natural, pelo qual toda mulher vai passar. Porém, a queda na reserva e a falência ovariana podem ser intensificadas por fatores como doenças, medicamentos e intervenções cirúrgicas, fazendo com que a paciente se torne infértil de forma precoce.
Quando os endometriomas estão em um estágio grave e precisam ser removidos de forma cirúrgica, há um grande risco de causar prejuízos à reserva ovariana e, consequentemente, afetar a fertilidade da mulher.
Existem diferentes possibilidades de tratamento para os endometriomas e a indicação é feita de acordo com as características de cada paciente, principalmente quanto à sua intenção de engravidar. As principais possibilidades são:
Quando a paciente não tem a intenção de engravidar a curto prazo, é possível realizar o tratamento com o uso de medicamentos hormonais. O objetivo é impedir o desenvolvimento dos cistos e amenizar sintomas que podem estar prejudicando a qualidade de vida da mulher.
É importante entender que o tratamento hormonal não é uma cura definitiva. Quando houver a interrupção do medicamento, os endometriomas podem voltar a se desenvolver. Porém, essa é uma boa opção para controlar o problema.
Quando a situação da paciente é considerada muito grave, é possível realizar uma cirurgia de videolaparoscopia para a retirada dos cistos. Esse tratamento é evitado ao máximo pelos profissionais, pois existe o risco da remoção de parte dos folículos ovarianos junto com os cistos, afetando a reserva ovariana.
Se a intervenção é necessária, a paciente que deseja engravidar deve realizar a preservação da fertilidade por meio do congelamento de seus óvulos. Se houver dúvida sobre a intenção de gravidez futura, também é indicada a preservação.
Dessa forma, quando e se a paciente decidir engravidar, é possível realizar a reprodução assistida com seu próprio material genético.
A reprodução assistida é o tratamento indicado para as pacientes que desejam engravidar. A técnica indicada é a fertilização in vitro (FIV), que oferece altas taxas de sucesso.
Além disso, procedimentos complementares podem ser indicados para as pacientes diagnosticadas com endometriomas, como a preservação da fertilidade para aquelas que precisam passar pela cirurgia, e a doação de óvulos para aquelas que tiveram sua reserva ovariana afetada.
A preservação da fertilidade é uma técnica que consiste na criopreservação dos gametas. Após a estimulação ovariana, os óvulos são coletados e congelados por meio de uma técnica chamada vitrificação.
Os gametas congelados podem ser mantidos dessa forma por um longo período, e quando a paciente decidir engravidar eles são descongelados e utilizados para a fecundação durante a FIV.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida de alta complexidade, na qual a fecundação acontece em laboratório por meio de ICSI — injeção intracitoplasmática de espermatozoides.
Como a fecundação não acontece dentro do corpo da mulher, é possível utilizar os óvulos que foram congelados previamente ou mesmo o material genético de uma doadora anônima. Após a fecundação, os embriões formados são transferidos para o útero para que a gestação possa se iniciar.
Caso a paciente tenha sua reserva ovariana comprometida por causa dos endometriomas e não consiga utilizar seus próprios óvulos para engravidar, é possível optar pela ovodoação, ou doação de óvulos.
São utilizados os gametas de uma doadora anônima para a fecundação com os espermatozoides de seu parceiro. É possível escolher as características da doadora para que o bebê tenha semelhanças físicas com a família.
Se busca mais informações, é recomendada a leitura do conteúdo sobre endometriose
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