Casais que sofrem com problemas de fertilidade causados por fatores masculinos e que não conseguem engravidar com gametas próprios podem contar com a doação de sêmen para concretizar os planos de ter filhos. A técnica também pode ser indicada para mulheres solteiras e casais homoafetivos femininos, sendo ou não inférteis.
Os doadores são escolhidos em bancos de esperma ou em clínicas de reprodução assistida, de acordo com as características biológicas do casal.
Para doar sêmen, o homem precisa realizar diferentes exames, entre eles o espermograma, que avalia a fertilidade masculina e confirma os parâmetros de qualidade dos espermatozoides, além do rastreio de doenças genéticas e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). Ou seja, apenas o sêmen de homens saudáveis é congelado para doação, o que garante maior segurança para os receptores.
O sêmen doado é posteriormente utilizado em tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro, indicadas de acordo com cada caso.
Entenda como funciona o tratamento por doação de sêmen neste texto. Ele destaca os casos em que é indicada e as regras que regulamentam o procedimento no Brasil.
Após a escolha do doador, geralmente feita a partir de características genéticas similares à dos casais ou da mãe, o tratamento inicia com uma avaliação da saúde da mulher, a partir da realização de exames: laboratoriais, como teste de reserva ovariana, que analisa a quantidade e qualidade dos gametas femininos; testes hormonais, para avaliar os níveis dos hormônios reprodutivos; e rastreio contra ISTs, principalmente quando há histórico clínico.
Os exames de imagem, por outro lado, são importantes para avaliar a saúde dos órgãos reprodutores e excluir ou confirmar alterações, como obstruções nas tubas ou distúrbios uterinos, provocados por diferentes condições.
Os resultados diagnósticos é que vão orientar a escolha da técnica mais adequada para cada caso.
As técnicas de reprodução assistida são definidas como de baixa ou alta complexidade. A inseminação intrauterina (IIU), por exemplo, é uma técnica de baixa complexidade, uma vez que a fecundação ocorre naturalmente nas tubas uterinas.
Também chamada inseminação artificial, é indicada para mulheres com até 35 anos, sem problemas de fertilidade ou com distúrbios de ovulação, endometriose nos estágios iniciais, alterações no muco cervical – que facilita o transporte dos espermatozoides até as tubas uterinas durante o período fértil – ou diagnosticadas com infertilidade sem causa aparente (ISCA) (alguns casos).
O tratamento inicia com a estimulação ovariana para estimular o desenvolvimento e amadurecimento de uma quantidade maior de folículos que irão posteriormente ovular. Na IIU, o ciclo é estimulado para que até três folículos amadureçam. Isso é fundamental para evitar uma gestação gemelar.
O procedimento é realizado pela administração de medicamentos semelhantes aos produzidos pelo organismo e, assim como a secreção dos hormônios naturais, inicia nos primeiros dias da menstruação.
Os melhores espermatozoides são simultaneamente selecionados pela preparação seminal.
Exames de ultrassonografia transvaginal e de sangue são realizados periodicamente para acompanhar o desenvolvimento dos folículos e níveis hormonais. Quando eles atingem o tamanho ideal, os gametas masculinos com melhor morfologia e motilidade são inseridos em um cateter e depositados no útero.
A técnica apresenta bons índices de gestação. Nos casos em que a gravidez não acontece, para mulheres acima de 35 ou com problemas mais graves de fertilidade, como obstruções nas tubas uterinas, o tratamento mais adequado é a FIV (fertilização in vitro), em que os gametas são fecundados em laboratório.
O tratamento por FIV também inicia com a estimulação ovariana e preparação seminal. No entanto, como a fecundação não ocorre nas tubas uterinas, mas em laboratório, não há risco de gestação gemelar devido à estimulação ovariana. O objetivo, assim, passa a ser conseguir um número elevado de óvulos para que as chances de fecundação sejam maiores.
A fertilização (fecundação) pode ser realizada pelo método clássico da FIV, em que óvulos e espermatozoides são posicionados em uma placa de cultura e em meio de cultivo para que possam fecundar. Já na ICSI, técnica atualmente mais indicada, cada espermatozoide é injetado diretamente no citoplasma do óvulo.
A doação de sêmen é principalmente indicada quando a FIV não foi bem-sucedida com gametas próprios, se houver riscos de transmissão de doenças genéticas para os filhos ou nos casos em que patógenos de ISTs permanecem no esperma mesmo após o uso de antibióticos.
A doação de sêmen também é indicada quando a mulher é Rh negativo ou está isoimunizada (produz anticorpos contra os glóbulos vermelhos do feto com grupo sanguíneo positivo) e o homem é Rh positivo, uma vez que a incompatibilidade de Rh causa a destruição das hemácias do feto ou dos recém-nascidos.
Além disso, é extensiva a pessoas solteiras e casais homoafetivos femininos que pretendem engravidar.
O órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil é o Conselho Federal de Medina (CFM). Entre as regras determinadas pelo CFM é a de que a doação não pode ter caráter lucrativo ou comercial, ou seja, deve ser voluntária.
Além disso, doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. Outras relacionadas à doação de sêmen incluem:
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