A doação de gametas (óvulos e espermatozoides) é uma técnica complementar à FIV (fertilização in vitro) importante para mulheres que não podem realizar o tratamento com gametas próprios e para que casais homoafetivos masculinos possam concretizar os planos de ter filhos.
Os óvulos doados podem ser utilizados a fresco ou congelados para utilização futura ou doação. Porém, de acordo com a regras do Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão que regulamenta a reprodução assistida no Brasil, doadores não podem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa. Ou seja, a doação não pode ser feita por familiares ou pessoas conhecidas.
As doadoras, por outro lado, podem ser selecionadas de acordo com as características do casal. Para recorrer à doação de óvulos, entretanto, é preciso realizar o tratamento de FIV.
Este texto explica a doação de óvulos: o funcionamento do procedimento na FIV, indicações, regras determinadas pelo Conselho Federal de Medicina, assim como outros aspectos importantes.
A idade limite para doação de óvulos é de no máximo 35 anos. O prazo também é estabelecido pelas regras do CFM e considera o fato de a reserva ovariana naturalmente diminuir com o avanço da idade, comprometendo a produção dos gametas femininos, assim como a qualidade deles. Além disso, a doação também não pode ter caráter lucrativo ou comercial.
No entanto, apesar da exigência de anonimato e de outras restrições, o CFM permite um procedimento conhecido como doação compartilhada de óvulos. Ou seja, doadora e receptora com problemas de infertilidade que participam da FIV podem compartilhar os óvulos e os custos relativos ao procedimento.
Para doar os óvulos, a mulher deve ser clinicamente saudável, ter uma boa reserva ovariana e não possuir histórico de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), critérios confirmados mediante exames.
Também são indicados para a receptora exames que comprovem a saúde do aparelho reprodutor e a capacidade de sustentar a gestação.
Após a avaliação, a doadora é submetida à estimulação ovariana, procedimento realizado com a utilização de medicamentos hormonais, que têm como propósito estimular o desenvolvimento e amadurecimento de folículos, que são retirados por punção, na etapa denominada aspiração folicular.
O desenvolvimento dos folículos é acompanhado por ultrassonografia transvaginal até que eles atinjam o tamanho ideal. É realizada, então, a indução da ovulação, também a partir de medicamentos hormonais, para provocar a maturação final dos gametas. A ovulação ocorre em cerca de 35 horas, quando os folículos são coletados.
Em alguns casos, a mulher responsável pela gestação pode ser submetida ao tratamento hormonal com o objetivo de melhorar a receptividade endometrial, um dos parâmetros de saúde reprodutiva para aumentar as chances da implantação do embrião.
Os espermatozoides, simultaneamente, também são selecionados pela preparação seminal, outra técnica complementar à FIV, que possibilita a escolha dos gametas com melhor morfologia e motilidade.
A fecundação ocorre em laboratório, pela FIV clássica ou FIV com ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides). Na FIV clássica, óvulos e espermatozoides são colocados juntos em uma placa de cultura para que a fecundação ocorra de forma natural.
Atualmente, entretanto, o procedimento mais utilizado é a fertilização por ICSI. Nele, os gametas masculinos são analisados por um microscópio de alta resolução e injetados em cada óvulo por um micromanipulador de gametas, aparelho também de alta precisão.
Os embriões são cultivados em laboratório por dias e podem ser transferidos para o útero em dois estágios de desenvolvimento: clivagem (três dias de desenvolvimento) ou blastocisto (cinco dias de desenvolvimento).
As principais regras determinadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para doação de óvulos incluem:
© 2024 ART MEDICINA S.A CNPJ: 17.109.145/0001-28. Todos os direitos reservados.
O conteúdo deste site foi elaborado pela equipe da Clínica Art Medicina e as informações aqui contidas tem caráter meramente informativo e educacional. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte seu médico, somente ele está habilitado a praticar o ato médico, conforme recomendação do Conselho Federal de Medicina. Todas imagens contidas no site são meramente ilustrativas e foram compradas em banco de imagens, não envolvendo imagens de pacientes.
Diretor Técnico: Marcelo Giacobbe - CRM 62588