No contexto dos casais que estão tentando engravidar, é frequente que a busca por informações sobre a fertilidade conjugal em si traga termos mais técnicos e menos conhecidos, normalmente quando abordamos alguns aspectos mais específicos do processo reprodutivo.
Embora a maior parte das pessoas conheça as etapas básicas da reprodução humana – produção de óvulos e espermatozoides, fecundação e a gravidez até o parto –, os detalhes de cada um desses eventos é normalmente menos conhecido.
Nesse sentido, podemos dizer que o blastocisto é um importante estágio do desenvolvimento embrionário, em que o embrião costuma realizar a nidação, marco inicial da gravidez propriamente dita.
Quer entender melhor a relação entre o blastocisto e a nidação? Então continue conosco na leitura do texto a seguir.
Para compreender o desenvolvimento humano pré-natal, vamos dividi-lo em três grandes estágios: a formação do zigoto, logo após a fecundação, o período de desenvolvimento embrionário e o período fetal. O blastocisto é um dos estágios do desenvolvimento embrionário.
Na fecundação, os espermatozoides disputam a entrada no óvulo, que acontece quando o primeiro espermatozoide consegue interagir com a zona pelúcida (que protege o óvulo). Esta camada protetora então se fecha novamente, impedindo a entrada de outros espermatozoides.
A fecundação origina a primeira célula do futuro bebê, que chamamos zigoto e cujo material genético é formado pela união do DNA espermático com o DNA do óvulo.
Essa célula dá início a uma sequência de auto divisões que resultam em novas células, geneticamente idênticas ao zigoto (as clivagens). O zigoto é um estágio transitório: o início das primeiras clivagens marca o começo do período embrionário, com duração de aproximadamente 9 semanas completas.
A primeira fase do desenvolvimento embrionário é chamada morulação, em que o embrião é formado por células idênticas, agrupadas de forma maciça e esférica, ainda envolta pela zona pelúcida ovular.
Entre o 3º e o 5º dias após a fecundação, as células embrionárias diferenciam-se pela primeira vez e em dois tipos: aquelas que formam embrião propriamente dito, daquelas que originam os anexos embrionários, como a placenta, o cordão umbilical e o líquido amniótico.
Cada tipo celular agrupa-se de forma polarizada, ainda dentro da zona pelúcida, o que leva ao aparecimento de uma cavidade central, que chamamos blastocele e que marca o início do estágio de blastocisto.
O blastocisto permanece envolto pela zona pelúcida remanescente do óvulo, que mantém as células embrionárias unidas, somente até a nidação, quando essa barreira é rompida.
A fecundação acontece, nas gestações por vias naturais e em algumas técnicas de reprodução assistida, com o encontro entre óvulo e espermatozoide, no interior das tubas uterinas – assim como as primeiras fases do desenvolvimento embrionário: zigoto, mórula e parte da etapa de blastocisto.
Neste período, as tubas uterinas conduzem o embrião em transformação até o interior do útero com seus movimentos peristálticos, o que ocorre entre 5 e 7 dias após a fecundação. No útero, o blastocisto precisa então encontrar o local mais adequado para realizar a implantação embrionária – também chamada fixação ou nidação.
Para isso, o embrião interage com o endométrio, que deve estar devidamente preparado e receptivo. Quando o embrião em estágio de blastocisto encontra esse local, a nidação acontece: a zona pelúcida se rompe e as células que originam os anexos embrionários infiltram-se no endométrio, fixando-se e dando início à gestação propriamente dita.
Ao final do estágio de blastocisto, após a nidação, tem início a gastrulação, em que o tubo digestivo e os folhetos germinativos são formados: ectoderme, mesoderme e endoderme.
Ao longo da organogênese, fase que sucede a gastrulação, estes folhetos originam todos os tecidos e órgãos do futuro bebê. Esses órgãos crescem e se desenvolvem ao longo do período fetal, que vai do final do período embrionário até o parto.
A capacidade de interferir nas etapas da reprodução varia de acordo com a complexidade de cada procedimento. Nesse sentido, a FIV (fertilização in vitro) é considerada a técnica mais complexa e que permite intervenções maiores no processo reprodutivo.
Nesta técnica as células reprodutivas (óvulos e espermatozoides) são coletadas e a fecundação é realizada em laboratório A seguir, os embriões são mantidos de 3 a 5 dias em cultivo, normalmente até que o embrião chegue ao estágio de blastocisto (salvo algumas exceções) e possa ser transferido para o útero.
Após a transferência do blastocisto, no entanto, nem a FIV pode interferir nos processos seguintes, especialmente sobre a nidação, que deve acontecer de forma espontânea.
Como as demais técnicas – RSP (relação sexual programada) e IA (inseminação artificial) – contam com a fecundação nas tubas, os termos blastocisto e nidação, embora incomuns, normalmente fazem parte das pesquisas dos casais com indicação para FIV.
A FIV é a técnica mais abrangente e você encontra todas as informações sobre ela tocando neste link. Aproveite!
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