A reprodução humana é um processo que depende de diversos fatores, entre eles que a fecundação – encontro entre óvulo e espermatozoide – aconteça naturalmente, nas tubas uterinas, após uma relação sexual durante o período fértil.
Para sobreviver no interior do corpo feminino, especialmente após a ejaculação e durante todo o trajeto até as tubas, os espermatozoides são embebidos em um mix de secreções glandulares capazes de nutrir e proteger essas células.
O conjunto dos espermatozoides e essas secreções glandulares é chamado sêmen.
Muitas vezes a infertilidade masculina é um quadro provocado por alterações no sêmen, sejam elas espermáticas, associadas ao processo de formação dos espermatozoides (espermatogênese), ou referentes aos componentes da parte viscosa do sêmen.
Dependendo das causas da infertilidade, algumas tecnologias complementares à reprodução assistida podem contornar os problemas que impedem a gestação por vias naturais. Em algumas situações, no entanto, não é possível ter acesso a espermatozoides saudáveis que possam participar da fecundação.
Felizmente, hoje estes casais ainda podem recorrer ao banco de sêmen para engravidar. A criação do banco de sêmen também passou a permitir que a reprodução assistida ampliasse sua abrangência em relação a outras demandas reprodutivas.
Continue conosco na leitura do texto a seguir e entenda melhor o que é um banco de sêmen e qual o papel desta instituição no aprimoramento das possibilidades com a reprodução assistida.
No Brasil, o banco de sêmen é uma instituição pública ou privada, estruturada para receber e armazenar amostras de sêmen humano, que podem ser utilizadas posteriormente na reprodução assistida.
O armazenamento do sêmen visa conservar especificamente os espermatozoides, essenciais para a fecundação, e é realizado por congelamento ou criopreservação. Atualmente a técnica mais utilizada para a criopreservação de qualquer material biológico, incluindo o sêmen no banco de sêmen, é a vitrificação ou congelamento rápido.
Neste procedimento, o sêmen é alocado em um tubo de ensaio contendo um meio ambiente nutritivo e capaz de proteger os espermatozoides das baixíssimas temperaturas. Os tubos de ensaio são então armazenados em nitrogênio líquido e podem ser conservados por tempo indeterminado.
O banco de sêmen pode ser utilizado tanto para preservar sêmen com objetivo de preservar a fertilidade masculina – o que é frequentemente realizado por pacientes oncológicos, que podem ficar inférteis devido aos tratamentos para o câncer –, mas também para armazenar material biológico da doação de sêmen.
A doação de sêmen é um procedimento realizado sempre de forma totalmente voluntária e gratuita no Brasil, já que o Conselho Federal de Medicina (CFM) – órgão que regula toda a reprodução assistida no país – proíbe qualquer troca comercial e lucro envolvendo material reprodutivo, como o sêmen.
No entanto, nem todos os homens podem ser doadores. Ao se candidatar à doação de sêmen, o homem deve passar por uma bateria de exames para atestar a ausência de infecções e doenças genéticas, além da boa qualidade do sêmen.
Uma avaliação dos aspectos psicológicos e emocionais do doador, assim como a investigação sobre seu histórico familiar de saúde também são realizadas neste momento.
O local de coleta do sêmen, caso o homem seja aprovado como doador, é feito no próprio banco de sêmen.
A infertilidade masculina grave é uma das demandas reprodutivas atendidas pelo banco de sêmen, neste caso indicado para casais em que não é possível recuperar espermatozoides saudáveis para realizar a fecundação com a reprodução assistida.
A azoospermia não obstrutiva é uma das principais causas de infertilidade masculina severa. Normalmente resultado de alterações genéticas que prejudicam a espermatogênese, como algumas aneuploidias, a azoospermia também pode ser resultado do agravamento de outras doenças e condições, como a varicocele e os eventos de torção testicular.
A espermatogênese também pode ser prejudicada, como comentamos, pelos tratamentos para o câncer, mesmo quando a doença não afeta os órgãos reprodutivos. A quimioterapia e a radioterapia podem ser sistêmicas e, por isso, atingem as funções reprodutivas.
Como os efeitos dos tratamentos oncológicos podem ser permanentes, o banco de sêmen pode ser uma saída tanto para a preservação oncológica da fertilidade, como para conseguir engravidar a parceira com sêmen de doador.
Além dos casos graves de infertilidade masculina, o banco de sêmen também atende aos casais com doenças genéticas hereditárias ligadas ao sexo cromossômico e casais homoafetivos femininos.
Em todos os casos, o casal que recorre ao banco de sêmen pode utilizar a amostra doada para engravidar pela IA (inseminação artificial) e pela FIV (fertilização in vitro).
A escolha da técnica mais adequada depende das especificidades de cada caso, principalmente da presença de fatores de infertilidade feminina, no caso dos casais heteroafetivos inférteis, e do desejo pela gestação compartilhada, no caso dos casais homoafetivos femininos.
Se o casal recebe indicação para realizar a IA com espermatozoides obtidos em um banco de sêmen, o material deve ser descongelado somente quando o acompanhamento da estimulação ovariana indicar o auge do período fértil.
A estimulação ovariana é um tratamento hormonal em que a mulher recebe doses diárias de hormônios que estimulam a ovulação, ao mesmo tempo em que acompanha o desenvolvimento dos folículos ovarianos por ultrassonografia pélvica transvaginal.
Quando o monitoramento ultrassonográfico indicar, o sêmen é descongelado e introduzido no interior da cavidade uterina. Espera-se que essas células sigam para as tubas uterinas e realizem a fecundação.
Já na FIV, uma técnica de reprodução assistida mais complexa que a IA, o sêmen é descongelado simultaneamente à aspiração folicular, quando as células reprodutivas da mulher são coletadas.
A fecundação acontece em laboratório e os embriões são cultivados por alguns dias, quando são selecionados e transferidos para o útero.
A FIV é uma técnica avançada, que atende às mais diversas demandas reprodutivas. Toque neste link e leia mais sobre a FIV.
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