A OMS (Organização Mundial da Saúde) define infertilidade como o insucesso em conceber uma gestação após 12 meses de tentativas sem o uso de nenhum método contraceptivo. Estudos apontam que cerca de 40% dos casos de infertilidade no mundo tenha origem em fatores masculinos, muitos deles ligados a alterações no líquido seminal ou no processo de espermatogênese.
A espermatogênese acontece nos testículos, mais especificamente nas paredes dos túbulos seminíferos, cujas células se transformam em espermatozoides, mediadas pela ação de hormônios sexuais, como a testosterona. O aparelho reprodutivo masculino conta ainda com glândulas situadas no trajeto entre os testículos e a uretra, como a vesícula seminal, a próstata e as glândulas bulbouretrais.
Todas essas estruturas estão envolvidas na produção do líquido ejaculado, com o auxílio do qual os espermatozoides alcançam o sistema reprodutivo feminino para a fecundação.
Qualquer alteração nos parâmetros desse processo, desde a produção de espermatozoides até a composição do líquido em que essas células nadam durante e após a ejaculação, pode ter reflexos diretos na fertilidade masculina.
A azoospermia é uma condição severa de infertilidade masculina, mas não constitui uma doença em si, e sim um desdobramento de outras condições, como a varicocele e em homens que se submeteram à vasectomia e não existem espermatozoides no líquido ejaculado.
Quer saber mais sobre azoospermia e como ela afeta a fertilidade masculina? Então, nos acompanhe na leitura do texto a seguir!
O sêmen é como chamamos o conjunto de substâncias e células que compõem o líquido expelido durante a ejaculação. A formação do sêmen começa nas células de Leydig, localizadas nos testículos, aderidas às paredes dos túbulos seminíferos. Essas células se desenvolvem com o auxílio das células de Sertoli, cuja função nutritiva possibilita a transformação das células de Leydig em espermatozoides.
Seguindo pelo epidídimo, os espermatozoides desenvolvem uma espécie de cauda chamada flagelo e adquirem capacidade de motilidade, dirigindo-se para o canal deferente, que desemboca na uretra.
Ao longo desse trajeto, a vesícula seminal, a próstata e as glândulas bulbouretrais secretam substâncias nutritivas em estado líquido, uma espécie de plasma seminal, de pH alcalino, no qual os espermatozoides são envolvidos para a ejaculação. A função dessas substâncias é fornecer um meio pelo qual os espermatozoides possam nadar, nutri-los e neutralizar o pH vaginal, que é ligeiramente ácido e poderia danificar os espermatozoides.
O sêmen é composto em 10% por esperma e fluido testicular – incluindo os espermatozoides, produzidos nos testículos, que numa ejaculação podem chegar a 500 milhões –, 30% de secreções da próstata e 60% de secreções das vesículas seminais.
Azoospermia é uma possível condição decorrente de patologias que acometem os testículos ou ductos do sistema reprodutor masculino, como os deferentes. Caracteriza-se pela ausência de espermatozoides no líquido ejaculado, sendo resultado de prejuízos tanto na estrutura do trajeto que devem percorrer durante a ejaculação (azoospermia obstrutiva), quanto no processo de produção dos espermatozoides (azoospermia não obstrutiva).
A azoospermia não obstrutiva é causada por problemas na espermatogênese, a produção de espermatozoides pelos testículos, e muitas vezes está ligada a fatores genéticos ou alterações hormonais. Nesses casos, a azoospermia indica que não está acontecendo a produção de espermatozoides e deve ser indicada a FIV (fertilização in vitro) com a coleta por meio de método cirúrgico dos epidídimos ou testículos.
Quando esse quadro é decorrente de processos obstrutivos congênitos ou adquiridos das vias de saída dos espermatozoides, como nos casos de vasectomia, agenesia dos ductos deferentes, obstrução dos ductos ejaculatórios, a produção de espermatozoides é normal, porém essas células não saem dos testículos.
O fato de a produção de espermatozoides não estar alterada faz com que a FIV tenha melhores taxas de sucesso.
Além da azoospermia, outras alterações no sêmen podem sugerir problemas de fertilidade, com características mais temporárias. Infecções como clamídia e gonorreia, orquite, uretrite, prostatite e epididimite acometem as diferentes partes do trajeto que os espermatozoides e o plasma seminal percorrem, e podem causar danos nos gametas masculinos, levando a quadros de infertilidade masculina.
Especialmente os casos de infertilidade masculina por azoospermia, em que as causas residem em problemas obstrutivos, as técnicas de reprodução assistida são muito indicadas, pois é possível coletar os espermatozoides diretamente dos testículos. Quando se trata de azoospermia por fator não obstrutivo, a FIV também pode ser indicada porque existe técnica cirúrgica para coletar justamente os túbulos seminíferos para identificar a presença de espermatozoides.
A FIV é indicada para ambos os casos de azoospermia, obstrutiva e não obstrutiva, ainda que as técnicas envolvidas possam variar em função das causas da azoospermia. Quando há um fator obstrutivo no diagnóstico, a coleta de espermatozoides é feita por duas técnicas principais, MESA e PESA, que atuam diretamente no epidídimo.
Já nos casos em que existem poucos ou praticamente nenhum espermatozoide mesmo nos túbulos seminíferos, as técnicas TESE, que faz a recuperação dos espermatozoides por biópsia aberta, e Micro-TESE, que faz a coleta com o auxílio de um microscópio, podem recuperar espermatozoides suficientes para a fecundação dos óvulos.
Após coletados, os espermatozoides são selecionados e inseridos diretamente no óvulo, em ambiente laboratorial, por meio de uma técnica conhecida como ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
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