Se você está tentando ter um bebê sabe que para a gravidez ser bem-sucedida o sistema reprodutor feminino deve funcionar corretamente. Todos os meses os ovários precisam liberar um óvulo (ovulação), capturado pelas tubas uterinas onde o encontro com o espermatozoide (fecundação) acontece.
Após ser fecundado o óvulo, agora chamado zigoto, também é transportado pelas tubas uterinas até o útero depois de aproximadamente dois dias, quando inicia a divisão celular e a formação do embrião.
Entre o quinto e sexto dia, com as células já formadas, ele implanta no endométrio (nidação), camada que reveste internamente o útero, na qual permanece abrigado até a placenta se formar.
O útero, portanto, é o órgão responsável por o todo o desenvolvimento gestacional, da implantação, ao nascimento.
O funcionamento anormal de qualquer etapa pode resultar em infertilidade. Se as tubas uterinas estiverem bloqueadas, por exemplo, o encontro com o espermatozoide não acontece, da mesma forma que o embrião não é transportado.
A histerossalpingografia (HSG) é um dos exames indicados quando há suspeita de infertilidade feminina. Continue a leitura para saber mais.
Ainda que os problemas de fertilidade possam afetar um percentual bastante expressivo de mulheres no mundo todo, para ser diagnosticada como infértil é preciso haver pelo menos um ano de relações sexuais desprotegidas sem sucesso.
A regra vale principalmente para mulheres com até 35 anos, que ainda possuam um nível mais alto de reserva ovariana. A partir dessa idade o período considerado deve ser menor: de aproximadamente seis meses, até os 40 anos e, de 3 meses, após.
A mulher também pode ser diagnosticada como infértil se tiver mais do que dois abortamentos consecutivos. Para isso, entretanto, a gravidez deve ser clinicamente comprovada.
A causa mais comum de infertilidade feminina são os distúrbios de ovulação, provocados, geralmente, pelo desequilíbrio hormonal, que resulta de irregularidades menstruais, consequência de diferentes condições, incluindo a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e distúrbios da tireoide.
Os bloqueios nas tubas uterinas são a segunda causa mais frequentemente relatada e podem surgir a partir de inflamações, que estimulam a formação de aderências, pelo tecido ectópico característico da endometriose e por alguns tipos de miomas uterinos.
Endometriose, miomas uterinos e pólipos endometriais também podem resultar em distorções na anatomia uterina, dificultando ou impedindo o desenvolvimento da gravidez.
Para investigar as possíveis causas da dificuldade em engravidar diversos exames laboratoriais e de imagem são realizados. A histerossalpingografia (HSG) está entre eles.
O exame verifica se as tubas uterinas estão abertas e avalia a anatomia uterina. Assim, também é importante para investigar abortos provocados por problemas no útero.
HSG é um exame de raios-X realizado por fluoroscopia, técnica que permite a visualização dos órgãos em movimento em vez de imagens estáticas.
É realizada em ambiente laboratorial, muitas vezes na própria clínica ginecológica ou de reprodução assistida. Os resultados proporcionados pelo exame são melhores quando ele acontece uma semana após a menstruação e, para garantir que não exista nenhuma chance de gravidez, antes da ovulação.
Com a mulher em posição ginecológica um espéculo é inserido facilitando a visualização para assepsia e anestesia do colo uterino e injeção do contraste. Posteriormente é retirado e a paciente posicionada sob a máquina de raio-X para que as imagens sejam feitas: a fluoroscopia cria uma sequência projetando-as em uma tela e armazenando-as em diferentes mídias.
Medicamentos para aliviar a dor ou desconforto provocados pelo procedimento, além de antibióticos, antes e após a realização para evitar processos infecciosos, também podem ser indicados.
Normalmente é prescrito um medicamento laxante no dia anterior à realização com o objetivo de esvaziar o intestino possibilitando melhor visualização da cavidade uterina e estruturas vizinhas.
A histerossalpingografia é indicada para investigar bloqueios nas tubas uterinas e anomalias uterinas, para monitorar os resultados da laqueadura (cirurgia de esterilização feminina) e a reversão do procedimento (reversão da laqueadura).
Para confirmar a possibilidade de gravidez ectópica, que ocorre fora do útero, em geral em uma das tubas uterinas e detectar a presença de tumores.
Os resultados proporcionados pela histerossalpingografia orientam o tratamento mais adequado para cada paciente. Muitas vezes a abordagem cirúrgica soluciona o problema, proporcionando a gravidez após a remoção do que provocou o bloqueio, de uma parte das tubas uterinas, de uma delas ou de ambas. Além disso, também possibilita a correção de anormalidades uterinas.
Se as obstruções causarem danos mais graves, que levem à remoção de ambas as tubas, ainda é possível engravidar pela fertilização in vitro (FIV).
Na FIV a fecundação ocorre em laboratório e os embriões que resultam desse processo são posteriormente transferidos para o útero. Assim, as tubas uterinas não possuem nenhuma função.
Além disso, é a técnica de reprodução assistida que possui os percentuais mais expressivos de sucesso por ciclo de realização do tratamento: aproximadamente 40%.
Para entender melhor como funciona a histerossalpingografia (HSG), toque aqui.
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