A fertilização in vitro (FIV) é uma técnica de reprodução assistida com alta taxa de complexidade e bastante utilizada no mundo todo. É uma opção para casais que passam por problemas de infertilidade e não conseguem alcançar a gravidez após 12 meses de tentativas sem o uso de métodos contraceptivos.
Existem algumas técnicas complementares à FIV que servem para diminuir os problemas e riscos de falhas no procedimento.
Entre esses métodos estão a avaliação para o melhor momento da receptividade endometrial, doação de gametas, avaliação dos embriões, preparo seminal, entre outros.
Neste texto, você vai saber mais sobre o preparo seminal, como ele funciona e qual a sua importância na reprodução assistida. Continue lendo:
O preparo seminal é uma etapa que faz parte tanto da inseminação intrauterina (IIU) quanto da FIV, e é um processo muito importante em ambas as técnicas. Sua função é selecionar os melhores gametas masculinos, após uma análise das amostras de sêmen.
Com as técnicas do preparo seminal é possível eliminar os espermatozoides de baixa qualidade, selecionando os mais saudáveis para a fecundação do óvulo.
A primeira etapa do procedimento é a coleta dos espermatozoides, que é feita na clínica de reprodução assistida, realizada por meio da masturbação. Normalmente são coletadas duas amostras, que são guardadas em temperatura ideal até a sua análise.
Dois tipos de análises são considerados: as microscópicas e as macroscópicas. Os aspectos microscópicos incluem a avaliação dos gametas em relação à sua concentração, morfologia e motilidade. Já os aspectos macroscópicos são em relação à qualidade seminal, como cor, ph, viscosidade, volume e liquefação.
Após os resultados dessas análises, é possível definir a técnica mais adequada para o preparo seminal.
Os métodos mais utilizados para a preparação seminal são:
É o método mais básico realizado para a seleção dos espermatozoides. Utilizando a lavagem, a amostra seminal é centrifugada duas vezes a fim de selecionar os gametas de melhor motilidade.
É um procedimento simples, de baixo custo que permite recuperar uma grande quantidade de espermatozoide com alta taxa de motilidade.
Os parâmetros de motilidade e morfologia devem estar normais para a realização deste processo.
Consiste na capacidade do espermatozoide em nadar da amostra para o meio de cultura, uma vez que, devido à força de centrifugação, os gametas de melhor qualidade se desprendem e nadam até à superfície.
Geralmente, o gradiente descontinuo de densidade é indicado quando há parâmetros escassos de concentração na amostra. É a técnica mais utilizada devido ao fato de possuir os melhores resultados.
Nesta técnica, uma força centrifuga é aplicada no sêmen para que eles superem diferentes gradientes de densidades. Somente os melhores espermatozoides vencem essas barreiras e formam um líquido concentrado de gametas, descartando os outros elementos.
Este procedimento consegue recuperar maior quantidade de espermatozoides do que a técnica de swim-up.
A Fertilização in vitro é um procedimento que passa por cinco etapas, sendo a primeira a estimulação ovariana e indução da ovulação. É um processo com o objetivo de obter óvulos maduros para a fertilização.
São utilizados medicamentos hormonais e um acompanhamento dos folículos é feito por ultrassonografias, para que posteriormente a maturação seja induzida pelos medicamentos.
A segunda etapa é a aspiração folicular feita por punção a fim de coletar os óvulos. É um método realizado com a paciente sedada ou com anestesia local. Após a coleta, os óvulos são avaliados e os maduros são armazenados.
Simultaneamente é realizada a coleta dos espermatozoides que ocorre na clínica por meio de masturbação. Quando houver algum problema grave de infertilidade masculina como a azoospermia, que é a ausência dos espermatozoides no sêmen ejaculado, o procedimento pode ser realizado de forma cirúrgica.
O sêmen coletado deve ser preparado para que os espermatozoides mais saudáveis e com melhores capacidades reprodutivas sejam selecionados. Isso é fundamental para a realização da etapa seguinte da FIV.
A terceira etapa é a fecundação, que ocorre em laboratório após a escolha dos melhores gametas. Existem duas formas de realizá-la: pela FIV clássica ou por ICSI — injeção intracitoplasmática de espermatozoide —, que é a mais indicada por obter mais chances de sucesso.
Na FIV por ICSI, um único espermatozoide é injetado diretamente dentro de um óvulo, para que possa fecundá-lo. O preparo seminal é extremamente importante para garantir que os gametas escolhidos tenham a capacidade de fecundar os óvulos, que também são previamente selecionados.
Por apenas um espermatozoide ser escolhido para ser injetado na fertilização, há uma necessidade de que ele seja “perfeito”, a fim de evitar falhas na execução do processo.
O espermatozoide perfeito deve ter uma única cabeça, levemente ovalada e lisa. Também deve ter uma única cauda, longa e desenrolada. Essas características na morfologia dos gametas interferem diretamente em sua qualidade, capacidade reprodutiva e motilidade.
Após a fecundação com os óvulos e espermatozoides selecionados, o embrião é cultivado em laboratório por até 5 dias e em seguida é transferido para o útero materno, para que a gestação se inicie.
Se você ainda tem alguma dúvida sobre o assunto, é sugerida a leitura do texto sobre preparo seminal que explica em detalhes o funcionamento da técnica, suas indicações e taxas de sucesso.
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