Você já ouviu falar em sinequias? Esse termo pode não ser muito comum no dia a dia, mas é importante conhecer sobre ele, especialmente para aquelas que estão enfrentando dificuldades para engravidar.
Em linhas gerais, as sinequias são aderências ou fusões anormais de tecidos próximos, que ocorrem frequentemente entre as paredes de órgãos internos, como o útero e as tubas uterinas.
Neste artigo, vamos explicar melhor o que são sinequias, quais são seus sintomas e consequências, especialmente associadas à infertilidade feminina.
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Na maior parte das vezes, as sinequias são formadas por tecido cicatricial, ou seja, essas aderências surgem em decorrência de lesões, por sua vez provocadas por diferentes condições e fatores.
As infecções uterinas, como a endometrite, tubárias, como a salpingite, e pélvicas em geral, como a DIP (doença inflamatória pélvica), podem lesionar diversos tecidos no útero e nas tubas uterinas e, se não forem tratadas adequadamente, essas infecções podem levar à formação de sinequias.
De forma semelhante, lesões resultantes de procedimentos cirúrgicos, como a remoção de miomas uterinos e pólipos endometriais, podem aumentar o risco de formação de sinequias, assim como abortos espontâneos e procedimentos de curetagem mal executados – todos pela manipulação excessiva ou cicatrização inadequada durante esses procedimentos.
A endometriose também pode estar associada à formação das sinequias principalmente quando os implantes estão nas tubas uterinas, já que o crescimento dessas massas celulares e sua inflamação também lesionam os tecidos aos quais estão aderidas.
Considerando as condições que podem desencadear a formação de sinequias, os sintomas dessas aderências podem variar dependendo das causas, do tamanho e grau de rigidez das cicatrizes e da localização das sinequias no útero e nas tubas.
Nesse sentido, como a presença de sinequias pode interferir na função normal do útero, afetando principalmente o endométrio (revestimento da cavidade uterina), essas aderências podem levar a ciclos menstruais anormais, com dor pélvica e dismenorreia. A intensidade da dor pode variar de leve a intensa, dependendo da extensão das sinequias e de como elas afetam os órgãos circundantes.
A infertilidade é outra possível consequência importante das sinequias, especialmente quando localizadas nas tubas uterinas – como veremos a seguir.
A relação entre sinequias e infertilidade feminina é complexa e pode ter impactos significativos tanto na capacidade de uma mulher conceber, como de levar uma gravidez a termo. Entender como as sinequias estão relacionadas à infertilidade é essencial para buscar o tratamento adequado.
Primeiramente, como as sinequias costumam ocorrer dentro do útero e das tubas uterinas, essas aderências podem obstruir justamente o caminho que óvulo e espermatozoide devem percorrer para a fertilização – que é o mesmo caminho percorrido pelo embrião até o útero, para implantação.
Além disso, as sinequias também podem afetar a anatomia do útero, provocando distorção e redução do volume uterino e, com isso, alterando o ambiente necessário para a implantação adequada do embrião.
A aderência das paredes uterinas, em decorrência das sinequias, pode dificultar a fixação do embrião no endométrio, comprometendo o início da gravidez, mas também aumentar o risco de aborto espontâneo, por interferir na circulação sanguínea e no suprimento de nutrientes para o embrião em desenvolvimento, aumentando as chances de perda gestacional.
Para diagnosticar a presença de sinequias, são utilizados exames específicos, como a histerossalpingografia, que permite a visualização das aderências por meio de raios-X, ou a histeroscopia, que utiliza um pequeno dispositivo óptico para inspecionar diretamente o interior do útero e das tubas.
Esses exames auxiliam não somente na identificação das sinequias, mas também na avaliação de sua extensão e localização, fornecendo informações essenciais para o planejamento do tratamento.
Nos casos mais leves de sinequias, em que as aderências não causam sintomas significativos ou não afetam a função reprodutiva, pode ser recomendado um acompanhamento clínico regular, com objetivo de monitorar a evolução das aderências com exames de imagem, como ultrassonografias ou histeroscopias seriadas.
Nas situações mais complexas, em que as sinequias estão causando sintomas significativos ou afetando a fertilidade, pode ser necessário recorrer a procedimentos cirúrgicos para remover as aderências e restaurar a anatomia uterina e tubária.
É importante ressaltar que o tratamento das sinequias deve ser individualizado, levando em consideração a avaliação clínica completa, incluindo a extensão das aderências, a gravidade dos sintomas, a presença de outras condições associadas e o desejo reprodutivo da mulher.
Entre as técnicas de reprodução assistida disponíveis hoje, a FIV (fertilização in vitro) se destaca como a opção mais adequada para contornar as obstruções causadas pelas sinequias e aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.
A FIV é um procedimento no qual o óvulo e o espermatozoide são fertilizados em laboratório, criando embriões saudáveis, que são transferidos para o útero da mulher, após um período de desenvolvimento, onde têm a chance de se implantar e se desenvolver em uma gestação.
Em alguns casos, A FIV permite que os embriões sejam criopreservados, para a realização de um preparo uterino mais apropriado, em um ciclo posterior à coleta de óvulos, para diminuir as chances de perda gestacional precoce (aborto espontâneo).
Por isso, para mulheres com sinequias que dificultam a passagem do óvulo pelas tubas uterinas, a FIV se mostra especialmente indicada. Nesse caso, o procedimento contorna as obstruções, uma vez que a fertilização ocorre em laboratório, independentemente do caminho bloqueado pelas aderências.
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