A fertilidade feminina compreende um conjunto de processos que permite à mulher receber a fecundação e gerar uma nova vida. Para que isso aconteça, além dos espermatozoides – claro –, é necessário que todo o sistema reprodutor feminino atue diretamente.
O aparelho reprodutivo das mulheres é composto por órgãos, como os ovários, as tubas uterinas e o útero – cujo funcionamento depende da dinâmica hormonal dos ciclos menstruais.
Nesse sentido, doenças e condições que causam obstrução ou danos nas tubas uterinas são algumas das principais causas de infertilidade feminina, justamente porque impedem a fertilização do óvulo pelo espermatozoide ou o transporte do embrião até o útero, provocando uma gestação ectópica.
Nesses casos, a reprodução assistida é essencial, pois pode ser a única opção para casais que desejam ter filhos.
Continue a leitura do nosso próximo artigo e entenda melhor o papel das tubas uterinas na fertilidade, aproveitando para descobrir também como a reprodução assistida pode ajudar.
Durante o desenvolvimento embrionário feminino, por volta da 4ª semana de gestação, os ductos de Müller começam a se desenvolver e se diferenciar para formar os órgãos reprodutivos femininos. Esses ductos são essenciais para a formação das tubas uterinas, útero e vagina.
Com o desenvolvimento dos ductos de Müller, os tubos unem suas extremidades inferiores, formando o útero, e mantém as extremidades superiores independentes, formando as tubas uterinas.
Assim, ao nascer, as tubas uterinas consistem em dois ductos que conectam o útero aos ovários bilateralmente e que são divididos em três regiões, com suas próprias funções na fecundação e condução do embrião: infundíbulo, ampola e istmo.
O infundíbulo é a parte da tuba uterina que se abre em contato com o ovário e por isso sua função é captar o óvulo liberado na ovulação. Esta região também conta com células que produzem substâncias para preservar a viabilidade do óvulo.
Já a ampola é a região intermediária da tuba uterina, local onde a fertilização geralmente ocorre, formando o zigoto, e o istmo é a região mais próxima ao útero, em que ocorre a formação do blastocisto e a maturação do embrião antes de ser conduzido ao útero.
Ao longo da tuba uterina, contrações musculares auxiliam o movimento do embrião em direção ao útero, em um processo chamado de transporte tubário – e é essencial para que o embrião seja depositado no útero no momento adequado para a implantação e bom desenvolvimento da gravidez.
É possível perceber que sem a função adequada das tubas uterinas a fertilização pode não ocorrer ou o embrião pode não ser transportado de maneira eficaz para o útero, favorecendo problemas de fertilidade, abortos espontâneos e gestações ectópicas.
Isso porque a obstrução das tubas uterinas, como o próprio nome sugere, bloqueia o fluxo normal por essas estruturas, e assim pode impedir a fertilização, uma vez que os espermatozoides não conseguem alcançar o óvulo para fecundá-lo.
Além disso, a condição pode causar gestações ectópicas, que ocorrem quando o óvulo fertilizado se implanta fora da cavidade uterina, geralmente nas tubas uterinas.
Além da perda gestacional, a gestação ectópica é perigosa para a mulher, pois pode levar à ruptura da tuba uterina e a hemorragias internas, que colocam a vida em risco.
A endometriose é uma doença estrogênio-dependente em que o tecido endometrial, normalmente associado ao revestimento da cavidade uterina, cresce fora do órgão, muitas vezes nas tubas uterinas.
Nestes casos, quando sob ação dos estrogênios, esse tecido pode tornar-se inflamado e obstruir parcial ou completamente as tubas uterinas, dificultando ou impedindo a passagem dos espermatozoides ou do embrião para o útero.
Outro fator importante é que a endometriose pode provocar a formação de cicatrizes nos locais das lesões – o que, nas tubas uterinas, pode levar a um bloqueio permanente.
Quando a infecção provocada pelas ISTs afetam as tubas uterinas, produzem um quadro chamado salpingite, que pode causar obstrução pelo acúmulo de fluido, levando à hidrossalpinge.
A hidrossalpinge provoca uma dilatação anormal das tubas, impedindo a movimentação dos espermatozoides e a progressão do embrião – o que prejudica a fertilização e a nidação. Nos casos mais graves, pode ser necessário remover as tubas uterinas tornando o quadro de infertilidade permanente.
Cirurgias pélvicas também podem ser fator de risco para a infertilidade por fator tubário. Isso porque a intervenção cirúrgica pode provocar inflamação da tuba uterina, levando à formação de cicatrizes que podem virar aderências.
A inflamação resultante da cirurgia pélvica pode ser causada por diversos fatores, incluindo a própria cirurgia em si, infecções decorrentes da operação ou até mesmo uma resposta imunológica exacerbada do corpo à intervenção.
Essas aderências podem obstruir as tubas uterinas, também impedindo a fertilização e a concepção como um todo, como comentamos.
A obstrução das tubas uterinas pode ser um desafio para casais que desejam engravidar naturalmente – e, nestes casos, a FIV (fertilização in vitro) pode ser o único tratamento eficaz para engravidar, já que a técnica contorna a obstrução das tubas uterinas, permitindo o encontro entre óvulo e espermatozoide fora do corpo da mulher.
A FIV é um procedimento complexo, que envolve diferentes etapas. Primeiro, a mulher passa pela estimulação ovariana, que potencializa a ovulação para permitir a coleta de folículos.
Esses folículos são então aspirados para se obter os óvulos e, na sequência, os espermatozoides são coletados e preparados para a fertilização, que atualmente é feita por ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide).
Os embriões são então observados por alguns dias e selecionados, antes de serem transferidos para o útero. O casal pode confirmar o sucesso do tratamento com a FIV realizando o exame de gravidez algumas semanas após a transferência embrionária.
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