Engravidar não é um processo simples, mas uma sequência de acontecimentos importantes que dependem diretamente da saúde de todos os órgãos reprodutores, tanto do homem, como da mulher.
No caso das mulheres, além de produzir e disponibilizar células reprodutivas (óvulos), como os homens (espermatozoides), também é preciso que o útero esteja íntegro, por ser esta a estrutura que carrega toda a gestação, desde a nidação até o parto.
Nas gestações por vias naturais, o útero é essencial para a reprodução humana, sem ele não é possível gestar o bebê – mas na reprodução assistida é possível ter filhos sem útero, com auxílio da FIV (fertilização in vitro).
Outras técnicas de reprodução assistida – como a RSP (relação sexual programada) e a IA (inseminação artificial) – são indicadas para problemas diversos de infertilidade, mas não são adequadas para os casos em que a mulher ou o casal não tem como passar pela gestação do bebê.
A FIV é uma técnica de reprodução assistida altamente complexa que, por reproduzir a fecundação em laboratório, permite que a transferência dos embriões seja feita para o útero de outra mulher, voluntária para a cessão temporária de útero.
Com a leitura deste texto você vai entender toda a importância do útero para a fertilidade do casal e como é possível ter filhos sem útero com ajuda da reprodução assistida.
O útero é um órgão oco e por isso formado pelos tecidos que compõem a parede uterina: endométrio, miométrio e perimétrio.
Cada um desses tecidos desempenha papéis essenciais para o funcionamento uterino: enquanto o perimétrio delimita o útero em relação aos demais órgãos da cavidade pélvica, o miométrio confere elasticidade e contratilidade ao órgão (por ser formado por células musculares) e o endométrio interage com os hormônios sexuais (por ser formado de tecido glandular).
O útero é formado ainda nas primeiras semanas do desenvolvimento de embriões femininos, com a fusão parcial de duas estruturas embrionárias tubulares e paralelas, os ductos de Müller. A parte desses ductos que se funde forma o útero, enquanto as duas extremidades que permanecem independentes, formam as tubas uterinas.
As tubas uterinas localizadas no fundo do útero, são praticamente parte desse órgão e uma das portas de entrada e saída da cavidade uterina: por onde os espermatozoides passam, para chegar à fecundação, e para onde o embrião vai, para realizar a nidação.
O canal vaginal também é uma porta de entrada e saída para o útero. Por sua conexão com o colo do útero e com o ambiente externo ao corpo, é por aí que passam os espermatozoides, após a ejaculação, e o sangue menstrual, no início de cada ciclo reprodutivo – além de, claro, o bebê no momento do parto.
Assim como todos os órgãos do corpo humano, o útero também pode ser afetado por doenças e alterações das mais variadas gravidades. Enquanto algumas doenças prejudicam o funcionamento do útero, mas podem ser contornadas por tratamentos e cirurgias, alguns casos podem ser mais severos.
Especialmente doenças estrogênio-dependentes, que são também inflamatórias e atingem o útero, como a adenomiose, mioma e os pólipos endometriais, podem provocar sintomas muito intensos e que não respondem à ação dos principais medicamentos.
Nesses casos, é possível que somente a retirada do útero (que chamamos histerectomia) seja capaz de aplacar os sintomas e devolver a qualidade de vida à mulher.
Alguns tipos de câncer de endométrio e outros tumores também podem receber indicação para histerectomia, provocando um quadro de infertilidade permanente.
Embora não sejam situações em que seja comum a histerectomia, mulheres com malformações uterinas podem apresentar infertilidade permanente da mesma forma que as mulheres que retiraram o útero.
A reprodução assistida atualmente permite que a maior parte dos problemas reprodutivos sejam contornados pelas mais diversas técnicas de reprodução assistida, mas especialmente pela FIV.
A fertilização in vitro é um conjunto de procedimentos que permite coletar óvulos e espermatozoides para realizar a fecundação em ambiente laboratorial, totalmente controlado, permitindo o acesso direto aos embriões antes da chegada ao útero.
Por isso, a metodologia da FIV por si mesma abre espaço para o que popularmente chamamos barriga de aluguel – um termo inclusive inadequado para o procedimento, já que no Brasil é proibido qualquer tipo de troca comercial para realizar a cessão temporária de útero.
O órgão que regulamenta a cessão temporária de útero – e todos os demais procedimentos em reprodução assistida – é o Conselho Federal de Medicina (CFM), que determina algumas regras para a mulher que aceita ser o útero de substituição:
O CFM também versa sobre os direitos legais da criança gerada pela cessão temporária de útero, em que a voluntária que carrega a gravidez não tem qualquer direito sobre a criança que dará à luz.
Além dos casos de infertilidade feminina, a FIV faz com que seja possível ter filhos sem útero, incluindo também casais homoafetivos masculinos e homens solteiros que desejam ter filhos.
Após a fecundação, na FIV, os embriões são mantidos no cultivo embrionário de 3 a 5 dias, quando podem ser transferidos para o útero da mulher que irá passar pela gestação.
A FIV é a técnica mais abrangente da reprodução assistida: toque neste link e leia mais sobre ela.
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