Todos os meses, durante o ciclo menstrual, o corpo da mulher produz naturalmente hormônios que estimulam o crescimento de vários folículos, estruturas que armazenam o óvulo: um deles desenvolve, amadurece e rompe liberando o óvulo para a fecundação no processo conhecido como ovulação.
No contexto dos tratamentos de fertilidade assistida, vários hormônios são administrados para intensificar essa ação natural. A estimulação ovariana, etapa comum a todas as técnicas, é o procedimento pelo qual os ovários de uma mulher são estimulados, para que ocorra o desenvolvimento e amadurecimento de mais folículos, aumentando as chances de fecundação.
Os protocolos de estimulação ovariana diferem muito dependendo do tratamento de fertilidade. Neste artigo, explicaremos porque a estimulação ovariana se tornou um estágio chave em diferentes tratamentos de fertilidade.
Vamos começar com uma breve história da fertilização in vitro (FIV). No início da FIV ela era realizada no ciclo menstrual natural. Dois problemas rapidamente se tornaram aparentes. O primeiro era o risco de não ter ovócitos (nome médico dos óvulos da mulher) se a mulher tratada tivesse ovulação irregular.
O outro, era o baixo nível de eficiência gerado por ter apenas um embrião para trabalhar e o risco de que, se esse óvulo tivesse qualidade insuficiente, todo o processo fosse anulado.
Por causa desses obstáculos, o uso do ciclo natural foi rapidamente substituído pela introdução da estimulação ovariana a fim de obter vários óvulos. Isso permitiu a seleção do embrião de melhor qualidade para transferência ao útero materno, aumentando significativamente as chances de uma gravidez bem-sucedida.
A estimulação ovariana, portanto, rapidamente se tornou um dos pilares das técnicas de reprodução assistida.
O processo geralmente começa no segundo ou terceiro dia do período menstrual. Nesse momento, o especialista em reprodução assistida realiza uma ultrassonografia vaginal e uma análise hormonal para verificar se o ovário está em repouso e a estimulação ovariana pode ser iniciada.
O medicamento utilizado é hormonal e é administrado por via oral ou subcutânea. A duração média da estimulação ovariana é de 10 a 12 dias, durante os quais a paciente é submetida a exames de ultrassonografia e dosagem de hormônios, para verificar o desenvolvimento dos folículos, a evolução do ciclo de estimulação, ou ajustar a medicação quando necessário.
No caso da inseminação artificial (IA), as doses dos medicamentos utilizadas são baixas. O objetivo é conseguir o desenvolvimento de um a três folículos e, principalmente, fazer com que a ovulação coincida com a inseminação.
Na inseminação artificial todos os óvulos que amadurecem em um ciclo podem ser potencialmente fertilizados, por isso é necessário reduzir o seu número para evitar gravidezes múltiplas.
A IA é indicada para mulheres com até 35 anos. Como a fecundação acontece naturalmente as tubas uterinas e os espermatozoides devem ser saudáveis.
Na estimulação ovariana para fertilização in vitro pode ser necessário o uso de um tipo de medicamento: os análogos de GnRH ou antagonistas de GnRH, cuja a função é a chamada inibição hipofisária.
Esse processo permite que o procedimento seja controlado clinicamente, sem a interferência dos hormônios que a mulher secreta fisiologicamente. Na FIV, como a fecundação acontece em laboratório, as doses dos hormônios utilizados são mais altas, com o objetivo de obter até 10 óvulos maduros.
Quando os exames de ultrassonografia indicam que os folículos desenvolveram, novos medicamentos os induzem ao amadurecimento final e à ovulação, que ocorre em aproximadamente 36 horas.
Durante esse período, os folículos maduros são coletados por punção folicular, os óvulos extraídos e selecionados para fecundação.
A FIV é indicada para mulheres acima de 36 anos e para os casos mais graves de infertilidade, feminina ou masculina, como bloqueios nas tubas uterinas, endometriose em estágios mais avançados, alterações graves na estrutura dos espermatozoides ou ausência deles no sêmen (azoospermia).
Embora os riscos da estimulação ovariana sejam mínimos, a quantidade extra de hormônios pode fazer com que o volume dos ovários aumente e a mulher pode sentir desconforto abdominal, um leve inchaço e peso na região inferior do abdômen.
Muito raramente a estimulação ovariana pode ser a origem de uma torção ovariana (que o ovário gira sobre si mesmo), caso em que o médico deve ser consultado imediatamente.
Para evitar possíveis complicações, as mulheres que se submetem a esse tratamento devem limitar as atividades físicas, incluindo a relação sexual, ao final do período de estimulação e nos dias seguintes.
Os tratamentos de estimulação ovariana também predispõem ao desenvolvimento da Síndrome de Hiperestimulação ovariana (SHO) em vários graus, embora atualmente a aplicação de protocolos e medicamentos específicos previnam ao máximo esse risco.
Por isso, a avaliação adequada de cada caso, os procedimentos de tratamento personalizados e a dosagem da medicação administrada são fundamentais para garantir ótimos resultados de estimulação ovariana e os óvulos necessários para a realização de cada técnica de reprodução assistida.
Se você quiser saber mais sobre a estimulação ovariana e / ou consultar nosso especialista, entre em contato conosco.
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