O hiperandrogenismo acontece quando há o aumento dos níveis de hormônios masculinos no corpo da mulher. Como consequência, ocorre o desenvolvimento de sinais masculinos, como o crescimento de pelos em locais anormais e alopecia (queda temporária de cabelo), dentre outros, causando uma série de desconfortos.
Apesar de ser um termo difícil de falar e de compreender, é muito importante dar atenção ao assunto, principalmente quem está tentando engravidar e não está conseguindo pelos métodos tradicionais.
Afinal, não podemos ignorar que não são somente os sinais masculinos e aparentes que incomodam as mulheres com hiperandrogenismo. Há uma relação direta entre ele, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) e a infertilidade. Venha conosco e tire todas as suas dúvidas sobre o tema.
O hiperandrogenismo é um termo para designar o aumento da ação biológica dos andrógenos, um grupo de hormônios cujo mais conhecido é a testosterona, principal hormônio masculino.
Eles são importantes para todas as pessoas (incluindo as mulheres), pois são responsáveis por diversas ações importantes para o bom funcionamento do organismo.
No entanto, a produção excessiva dos andrógenos no corpo feminino pode provocar tanto uma série de desconfortos físicos — como o crescimento dos pelos, queda de cabelo, excesso de acne, amenorreia (irregularidade menstrual) — quanto indicar problemas maiores, principalmente para quem está tentando engravidar.
Os principais sinais de hiperandrogenismo, além do que já citamos neste conteúdo, são:
Existem algumas possíveis causas do hiperandrogenismo, como: obesidade, uso de medicamentos esteroides anabolizantes, síndrome metabólica, dentre outros.
No entanto, a principal causa do hiperandrogenismo é a síndrome dos ovários policísticos (SOP), sendo, inclusive, uma das principais características da doença.
Na SOP, o desequilíbrio hormonal como consequência do aumento da testosterona, provoca anovulação (ausência de ovulação) crônica e, consequentemente infertilidade.
Afinal, a testosterona, mesmo que seja o principal hormônio masculino, é produzida pelos ovários em uma quantidade menor. Sendo assim, o aumento dessa produção provoca diversos distúrbios na ovulação, o que é prejudicial às mulheres que desejam engravidar.
Por isso, o hiperandrogenismo pode levar à infertilidade.
O médico avalia o histórico do paciente, realiza o exame físico e solicita outros (laboratoriais e de imagem). Esses exames são realizados principalmente para confirmar (ou descartar) a possibilidade de SOP.
Entre os frequentemente solicitados estão: ultrassonografia pélvica para avaliar a presença de múltiplos cistos ovarianos, uma das características da SOP e de sangue para avaliação da testosterona e de outros hormônios envolvidos no processo reprodutivo, como hormônio folículo-estimulante (FSH), hormônio luteinizante (LH), globulina de ligação de hormônio sexual (SHBG)e hormônios da tireoide.
O tratamento para o hiperandrogenismo varia de mulher para mulher. Os sintomas precisam ser avaliados e os seus objetivos também. Afinal, se a mulher não deseja engravidar, é possível fazer a correção hormonal por meio de medicamentos e mudanças nos hábitos de vida.
No entanto, caso a mulher queira engravidar e tenha sido diagnosticada com infertilidade devido à SOP, pode buscar tratamento na reprodução humana assistida.
Confira quais são as principais técnicas que podem ser indicadas:
RSP e IA são técnicas de baixa complexidade, pois a fecundação acontece naturalmente, nas tubas uterinas. Enquanto na FIV, de maior complexidade, ocorre em laboratório.
A relação sexual programada, chamada ainda coito programado, é a mais simples das técnicas e geralmente indicada quando a SOP ainda não causou anovulação crônica. Porém, é particularmente adequada para mulheres como até 35 anos, quando os níveis da reserva ovariana ainda estão mais altos, que possuam as tubas uterinas saudáveis.
Os espermatozoides do parceiro também devem ser saudáveis, pois o objetivo do tratamento é estimular o desenvolvimento de mais folículos por medicamentos hormonais (estimulação ovariana), obtendo mais óvulos disponíveis para a fecundação, e intensificar a relação sexual durante o período fértil, apontado por exames de ultrassonografia que acompanham o desenvolvimento folicular.
A inseminação artificial ou inseminação intrauterina (IIU), por outro lado, apesar de acompanhar as mesmas recomendações de idade e saúde uterina, possibilita o tratamento quando há pequenas alterações nos gametas masculinos, pois os melhores são selecionados pelo preparo seminal e inseridos no útero durante o período fértil.
Já na FIV, a fecundação acontece em laboratório, por isso as dosagens hormonais utilizadas na estimulação ovariana são mais altas, para obter uma quantidade maior de óvulos. Os espermatozoides, assim como na IA, são selecionados pelo preparo seminal.
No processo de fecundação, cada espermatozoide é individualmente avaliado e injetado no citoplasma do óvulo por um micromanipulador de gametas, método conhecido como ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoides).
Os embriões formados, são transferidos ao útero após serem cultivados por alguns dias.
A FIV é mais adequada para mulheres acima de 36 anos, quando os níveis da reserva ovariana estão mais baixos, com anovulação crônica ou obesidade (um dos fatores de risco da SOP), independentemente da idade.
Você gostou de aprender mais sobre o hiperandrogenismo? Conheça também, detalhadamente, a síndrome dos ovários policísticos (SOP) aqui. Boa leitura!
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