O progresso da física médica, área responsável pela criação de equipamentos para exames médicos (entre outras atividades), tem apresentado um papel central na evolução da medicina diagnóstica, tornando o processo de identificação das doenças cada vez mais preciso e rápido. Nesse sentido, o desenvolvimento dos exames de imagem ocupa um lugar especial.
O principal avanço conseguido com a elaboração e o desenvolvimento dos exames de imagem foi a possibilidade de visualizar o interior do corpo humano, sem que para isso houvesse necessidade de qualquer tipo de incisão ou procedimento cirúrgico.
Dentre os principais exames de imagem disponíveis atualmente, destacamos:
A videolaparoscopia, embora possa ser usada para fins diagnósticos, difere dos demais procedimentos mencionados por demandar a abertura de orifícios para a introdução do laparoscópio no interior da cavidade abdominal.
A ultrassonografia é um dos procedimentos mais simples e acessíveis, com diversas aplicações, especialmente no diagnóstico de problemas relacionados aos órgãos e estruturas da cavidade abdominal. Entre as modalidades mais solicitadas deste exame está a ultrassonografia pélvica.
Acompanhe a leitura do texto a seguir e compreenda melhor o que é a ultrassonografia pélvica e suas aplicações, principalmente no diagnóstico de problemas que podem provocar infertilidade feminina e masculina.
A ultrassonografia pélvica é uma das principais modalidades da ultrassonografia, pode ser feita de forma suprapúbica e transvaginal.
Nesses exames os tecidos observados estão localizados na cavidade pélvica, que contém o útero, ovários, tubas uterinas, bexiga e intestinos, com indicações específicas para cada forma de ultrassonografia pélvica.
A ultrassonografia em geral, também chamada ecografia, é um exame de imagem para avaliação de tecidos moles, realizado com auxílio de um aparelho de ultrassom, composto por um transdutor e um equipamento receptor conectado a um monitor, onde as imagens são exibidas em tempo real.
O transdutor é posicionado e direciona a emissão de ondas sonoras para as áreas do corpo que se deseja analisar, enquanto o equipamento receptor registra o eco gerado pelo contato entre esses tecidos e as ondas. As imagens formadas pelo mapeamento desse eco é o que permite a visualização do interior do corpo.
A ultrassonografia apresenta algumas vantagens, em relação aos demais exames de imagem, especialmente aqueles utilizados pela ginecologia, obstetrícia e medicina reprodutiva:
Contudo, em alguns casos a ultrassonografia pélvica pode ser insuficiente para fechar o diagnóstico. Ainda assim, este exame pode atuar como indicativo da necessidade de avaliações mais específicos, sendo por isso uma etapa importante no processo de investigação diagnóstica.
É interessante saber que atualmente a ultrassonografia pode contar também com tecnologias complementares, como o Doppler, que permite a visualização do fluxo sanguíneo em movimento, além de modalidades que utilizam meios de contraste e sistemas de processamento para obtenção de imagens em 3D.
De forma geral, a ultrassonografia pélvica, especificamente no atendimento da mulher, pode ser feita de duas formas: abdominal ou suprapúbica e transvaginal.
Na ultrassonografia pélvica abdominal o transdutor é posicionado sobre a superfície da pele que recobre a região do baixo ventre (ou pélvica), situada abaixo do umbigo, que deve estar coberta com um gel específico, facilitando o deslizamento do transdutor e também melhorando a qualidade das imagens obtidas.
Antes de realizar o exame, a mulher deve encher a bexiga, consumindo uma quantidade maior de água ou líquidos algumas horas antes de dar início ao procedimento, com o objetivo de permitir uma melhor visibilidade da região.
Isso porque as ondas sonoras se propagam melhor em meio líquido e assim podem atravessar a bexiga com mais facilidade, permitindo a observação das estruturas localizadas atrás desse órgão.
Nessa modalidade da ultrassonografia pélvica o transdutor tem um formato anatômico para encaixar-se no canal vaginal, alcançando o colo do útero e com isso permitindo a obtenção de imagens mais detalhadas, principalmente do interior da cavidade uterina, ovários e tubas uterinas.
A preparação para o exame, que é simples e rápido como a modalidade suprapúbica, requer somente o esvaziamento da bexiga antes do procedimento.
O transdutor é então envolvido em um preservativo masculino, cuja lubrificação facilita o deslizamento do aparelho e o melhor direcionamento das ondas sonoras, para a obtenção das imagens.
Algumas das principais aplicações da ultrassonografia pélvica incluem o diagnóstico de doenças que podem levar à infertilidade feminina, além do acompanhamento da gestação e monitoramento de etapas importantes das técnicas de reprodução assistida.
A ultrassonografia pélvica pode identificar doenças como miomas uterinos, pólipos endometriais, SOP (síndrome dos ovários policísticos), adenomiose e endometriose. Essa última por um procedimento diferenciado, que demanda o preparo (esvaziamento) intestinal antes de realizar o exame.
Além disso, as diversas técnicas de reprodução assistida – RSP (relação sexual programada), IA (inseminação artificial) e FIV (fertilização in vitro) – utilizam a ultrassonografia para monitoramento de etapas específicas, como a estimulação ovariana, o preparo endometrial e a transferência embrionária.
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