O desenvolvimento contínuo das técnicas de reprodução assistida tem sido um dos maiores impulsos científicos da medicina reprodutiva, por ampliar as possibilidades de atendimento para os mais diversos casos de infertilidade conjugal e outras demandas reprodutivas.
A IA (inseminação artificial), considerada hoje uma técnica de baixa complexidade, foi uma das técnicas pioneiras nesse processo, principalmente por suas indicações para casos de infertilidade masculina leve e infertilidade feminina decorrente de alguns tipos de distúrbios anovulatórios.
Atualmente, a comunidade médica vem adotando outra nomenclatura para a IA, substituindo o termo por IIU (inseminação intrauterina).
Antigamente, uma das modalidade das IA era a inseminação intracervical, em que a amostra de sêmen selecionada era depositada no colo do útero da mulher, contudo esse procedimento não é mais realizado e praticamente todos os tratamentos com IA realizam a inseminação diretamente no meio intrauterino.
Além da IA, a reprodução assistida conta com mais duas técnicas principais, a RSP (relação sexual programada), também considerada de baixa complexidade, e a FIV (fertilização in vitro), que atualmente é a técnica mais abrangente e também a mais frequentemente indicada.
De forma geral, podemos dizer que a IA é dividida em 4 etapas: estimulação ovariana, indução da ovulação, coleta da amostra de sêmen e a inseminação em si.
Nos acompanhe na leitura do texto a seguir e entenda melhor como é realizada a IA e quais os benefícios dessa técnica para homens e mulheres diagnosticados com infertilidade.
Em linhas gerais, a inseminação artificial é uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade, em que uma amostra de sêmen é coletada, por masturbação, e depositada no interior da cavidade uterina da mulher, logo após a ovulação.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que atualmente 15% da população mundial vem apresentando dificuldades para ter filhos, o que faz dessa condição um problema de saúde em escala global.
Desses, 30% dos casos têm origem exclusivamente feminina ou masculina, em 20% o quadro de infertilidade é composto por fatores masculinos e femininos associados, e em 20% dos casos não é possível determinar os motivos que justificam a infertilidade, ao que chamamos ISCA (infertilidade sem causa aparente).
Nesse sentido, a importância das técnicas de reprodução assistida é grande e o acesso a essas técnicas pode ser uma eficiente forma de combater números tão altos sobre infertilidade no mundo.
Muitos casais, quando buscam auxílio da medicina reprodutiva para conceber, já têm conhecimento dos motivos que os levaram à clínica, ou seja, têm em mãos os diagnósticos que justificam a infertilidade.
Contudo, em alguns casos é a própria dificuldade para engravidar o motor para a busca pelo atendimento médico. Para estes casais, a primeira consulta pode consistir também no início da investigação para as causas infertilidade, cujo diagnóstico mais certeiro só pode ser feito a partir do resultado de alguns exames.
Para aqueles que já conhecem as causas da infertilidade conjugal, a primeira consulta tem como objetivo conversar sobre estes diagnósticos e a partir deles, escolher a técnica de reprodução assistida mais adequada.
A primeira etapa da IA, assim como acontece nas demais técnicas de reprodução assistida, é estimulação ovariana, cujo principal objetivo é estimular os ovários a recrutar e promover o amadurecimento dos folículos ovarianos.
Para isso, a mulher recebe – apenas no início do ciclo reprodutivo – doses diárias de medicamentos à base de GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) ou das próprias gonadotrofinas FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante), que atuam sobre os ovários.
Ao longo do ciclo, este processo deve ser acompanhado cuidadosamente por ultrassonografia pélvica transvaginal, que observa as diferentes fases desse processo e indica o melhor momento para dar início à segunda etapa do tratamento.
Quando o monitoramento por ultrassom transvaginal indica o auge do processo de amadurecimento folicular, tem início a etapa de indução à ovulação – que deve ser simultânea à coleta de sêmen, já que a partir dela a fecundação deve acontecer num período de tempo pequeno.
A indução da ovulação é feita com a administração de hCG (gonadotrofina coriônica humana), que atua nas células foliculares auxiliando o rompimento do folículo e a liberação do oócito.
É importante que a coleta de sêmen seja feita próxima à indução da ovulação, para que não seja necessário congelar os espermatozoides.
Para IA, a coleta da amostra de sêmen é sempre feita por masturbação e nos casos de infertilidade masculina leve, esta amostra pode ser submetida ao preparo seminal, cujo objetivo é obter sub amostras com uma concentração maior de espermatozoides viáveis.
A última etapa da IA consiste em depositar as amostras de sêmen selecionadas no interior da cavidade uterina da mulher.
Esta etapa é feita por um procedimento geralmente simples, que realiza a inseminação por via transvaginal, sem a necessidade de cortes, com auxílio de uma agulha ligada a uma espécie de seringa.
Quando a inseminação artificial pode ser indicada?
As indicações para a realização da IA como tratamento para infertilidade conjugal depende diretamente das causas envolvidas no quadro e as limitações da técnica podem ser associadas à própria metodologia e suas restrições.
As principais indicações para a IA nos casos de infertilidade feminina incluem problemas ovulatórios leves, bastante recorrentes e que se manifestem como oligovulação – e não como anovulação – em que o número de ciclos reprodutivos em um ano é menor do que o esperado, mas esses ciclos ainda acontecem, mostrando que o comprometimento da função ovulatória é leve.
A técnica pode ser indicada também para mulheres que passaram por procedimentos cirúrgicos ou doenças, especialmente ISTs (infecções sexualmente transmissíveis), que deixaram cicatrizes no colo uterino e por isso podem dificultar a passagem dos espermatozoides para o interior do útero.
Também os casos de endometriose leve, em que os focos são pequenos e pouco numerosos, normalmente localizados em outros locais que não as tubas uterinas.
Para os homens diagnosticados com infertilidade, a IA pode atender aos casos de alterações espermáticas que provocam alterações na motilidade e morfologia e alguns casos de oligozoospermia, quando a concentração de espermatozoides no sêmen é baixa, mas não é diagnosticada azoospermia.
Além da infertilidade, a IA também pode ser indicada para demandas reprodutivas de casais homoafetivos femininos, e, nestes casos, a amostra de sêmen usada deve ser obtida em bancos de sêmen e células reprodutivas.
As taxas de sucesso da IA são semelhantes àquelas encontradas nas tentativas de engravidar por vias naturais.
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